Um levantamento feito pelo departamento de estatística da Administração dos Portos Públicos do Paraná, em conjunto com empresas operadoras portuárias, armadores e sindicatos, mostra que as atividades do porto de Paranaguá empregam aproximadamente 16 mil pessoas. O terminal é o principal gerador de empregos na cidade e o total de trabalhadores envolvidos, somando aqueles com carteira assinada e autônomos, é mais que a metade do estoque de mão-de-obra formal apontado em agosto pelo Ministério do Trabalho e Emprego (27,5 mil postos).
A pesquisa foi divulgada nesta terça-feira (5) e mostra que, dos empregados nas atividades portuárias, 51% desempenham funções operacionais, 21% são terceirizados, 13% ocupam cargos administrativos e 9% são técnicos. “O levantamento nos dá a dimensão da importância do porto de Paranaguá para a cidade. Mais que contribuir para a economia nacional e local, o terminal tem impacto na qualidade de vida das pessoas, garante renda, movimenta o comércio e cria um ciclo virtuoso de desenvolvimento”, destaca o superintendente da Appa, Mario Lobo Filho.
“O salário destes trabalhadores é gasto no supermercado, na padaria da esquina e na loja de roupas, por exemplo. Este dinheiro faz, então, com que o dono do mercado contrate novos caixas e repositores, o padeiro empregue um auxiliar e a lojista abra vaga para uma nova vendedora”, afirma ele. “Estima-se que, para cada emprego direto gerado, outras três oportunidades são criadas indiretamente”.
Os terminais portuários privados, empresas exportadoras e importadoras, agenciadores marítimos, fornecedores e praticagem empregam 11.548 pessoas. As atividades demandam, ainda, de 2.617 trabalhadores portuários autônomos, os chamados TPA’s, como estivadores, conferentes e arrumadores. O número de caminhoneiros, que conduzem as cargas até o porto e entre os armazéns, ultrapassa 1,7 motoristas (apenas sindicalizados). A Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina emprega 766 pessoas, entre portuários de carreira, comissionados e estagiários.
MOVIMENTAÇÃO – O aumento no comércio de cargas através do terminal paranaense faz crescer o número de contratações. “Quanto mais cargas para movimentar, mais vagas são abertas. Precisa-se de mais conferentes, amarradores, operadores de balanças. As empresas criam novos postos de trabalho para responder às necessidades dos clientes nacionais e internacionais. O reflexo é sentido em toda cadeia produtiva, do campo até o embarque do navio”, diz o diretor empresarial da Appa, João Batista Lopes dos Santos.
No mês passado, o Porto de Paranaguá registrou a maior movimentação de cargas em seus 75 anos. Foram mais de 4,1 milhões de toneladas de produtos comercializados - entre exportação, importação e cabotagem (navegação pela costa brasileira). “Com isso, mais pessoas foram chamadas para trabalhar. Cada tipo de mercadoria exige profissionais diferentes, como no caso dos contêineres e veículos. Como diversificamos as cargas movimentadas, diversificamos também as funções exercidas”, explica Santos.
CURSOS - Para atender a demanda crescente do mercado portuário, instituições de ensino de Paranaguá já oferecem cursos técnicos e profissionalizantes em portos. No Instituto Federal do Paraná as inscrições começam dia 8 de outubro. Serão 50 vagas para o curso gratuito, com duração de dois anos e exclusivo para quem concluiu o ensino médio.
“Os candidatos passarão por um teste seletivo e só será cobrada a taxa de inscrição, que é de R$ 35,00”, adianta Siedro Augusto Haus, professor e coordenador do curso de mecânica e eletromecânica. O curso é noturno e terá 200 horas de duração, incluindo estágio obrigatório. “Estes alunos estarão habilitados para atuar em atividades relacionadas ao comércio exterior, organização e operação de cargas, gestão de manutenção e regularização aduaneira, entre outras”, ressalta ele.
O Colégio Estadual Alberto Gomes Veiga deve oferecer um curso semelhante a partir do início do ano letivo de 2011. A grade curricular prevê aulas de administração portuária, geografia portuária, legislação portuária, espanhol técnico, inglês técnico, comunicação instrumental, logística de cargas, higiene e segurança, gestão ambiental, operações com carga e transporte marítimo.
Fonte: Agência Estadual de Notícias
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