Ordenar o fluxo de caminhões é um dos principais desafios da superintendência do porto
Com a previsão de supersafra de grãos no Estado, o caminhoneiro Lorival Tossin prepara-se para viver um teste de paciência na boleia. Aos 31 anos, 10 utilizando rodovia na direção do porto de Rio Grande, Tossin compõe a frota de pesos-pesados que, como um exército de formigas, ajudará a levar ao cais parte das 12 milhões de toneladas de grãos que o Estado exportará em 2011 — crescimento de 48,1% em relação a 2010.
— Terá muita fila, ficaremos horas esperando. O jeito será ter paciência e ser prudente na estrada — diz o motorista, ao prever pelo menos três viagens por semana até o porto entre abril e maio, pico do escoamento da soja, grão-chefe das exportações gaúchas.
A dor de cabeça de Tossin é a mesma da Superintendência do Porto de Rio Grande (SUPRG), dos terminais, da prefeitura local e de órgãos de segurança. O grupo montou uma força-tarefa para melhorar o escoamento da produção, que engloba, além da soja, culturas como trigo, milho e arroz.
— A previsão de supersafra é boa para a economia, porém a engrenagem precisa funcionar — alerta Dirceu Lopes, superintendente do porto.
Entre os principais desafios, está ordenar o fluxo de caminhões. Nos próximos meses, mais da metade dos 10 mil veículos que cruzarão todos os dias a estrada Rio Grande-Pelotas (BR-392) serão pesados.
Com a duplicação em andamento, a BR-392 é um gargalo de pista simples, única via de acesso aos terminais das cargas oriundas de todo o Estado. O trecho também recebe caminhões com contêineres, carros de passeio e veículos do polo naval.
— Rio Grande nunca recebeu tal volume de produto, e há a tendência de concentração — destaca Guillermo Dawson, diretor do complexo Termasa-Tergrasa, apto a receber até 850 caminhões ao dia, capacidade que passará para 970 em maio.
Na lista de ações anticrise, consta o aumento do uso de ferrovia e hidrovia, a ampliação dos pátios para os caminhões pernoitarem e do agendamento de cargas.
Fonte: ZERO HORA
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