O Porto de Santos bateu mais um recorde operacional, o sétimo neste ano, com a movimentação de cargas no mês passado. O total chegou a 9,85 milhões de toneladas, 10,9% a mais do que em novembro de 2014.

Segundo a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), a Autoridade Portuária, esse resultado reforça a projeção de o complexo marítimo fechar 2015 com uma nova marca histórica, superior aos totais registrados no último ano (111,15 milhões de toneladas) e em 2013 (114,07 milhões de toneladas, o atual recorde anual). No final de novembro, a expectativa era de que o cais santista totalizasse 117,79 milhões de toneladas neste exercício. Mas, conforme A Tribuna apurou, após verificar o desempenho das três primeiras semanas deste mês, os técnicos da Docas esperam que o número seja ainda maior.

PUBLICIDADE

Os dados do Porto relativos às operações de novembro foram divulgados pela Codesp na manhã de quarta-feira(23).

Segundo o relatório da Docas, o recorde do mês passado se deve, principalmente, ao aumento das exportações no cais santista, que tiveram uma alta de 21,5%. Elas foram impulsionadas pelo crescimento nos embarques das commodities agrícolas, favorecidas pela desvalorização de cerca de 50% do real frente ao dólar neste ano, o que tornou seus preços bem mais competitivos.

Entre os produtos agrícolas, o grande destaque foi o milho, que registrou 2,77 milhões de toneladas, 89,8% a mais do que o obtido no mesmo mês de 2014 (1,46 milhão de toneladas). De acordo com a Autoridade Portuária, esta foi a terceira maior movimentação do produto na história do Porto. As duas maiores ocorreram em agosto e outubro últimos.

Santos foi o principal porto de saída do grão no País, com 46,2% de participação até outubro. Depois, estão Paranaguá (PR), com 19,1%; São Francisco do Sul (SC), 9%; São Luís (MA), 8%; e Vitória (ES), 7,4%. Outra commodity que teve impacto nos números de novembro foi o açúcar, o produto mais exportado pelo Porto no mês. Foram 1,97 milhão de toneladas embarcadas, uma alta de 40,9%. Esse total fez o cais santista responder por 73% dos carregamentos da mercadoria no Brasil.

A celulose também se destacou, sendo a terceira carga mais movimentada, com 252,71 mil toneladas. O número, porém, aponta uma queda de 3% em relação a novembro de 2014 (260,47 mil toneladas). Em seu balanço, a Codesp destaca que essa será uma carga cada vez mais em evidência no complexo marítimo. Dos três terminais licitados no último dia 9, pelo Governo Federal, para serem implantados no cais santista, dois são dedicados à exportação do produto.

Outras cargas de exportação citadas no relatório da Docas foram o complexo soja (231,02 mil toneladas, 11,54% a mais); o álcool (207,05 mil toneladas, alta de 86,7%); os sucos cítricos (184,03 mil toneladas, 17,4% a menos) e o café em grãos (165,65 mil toneladas, 14% a mais).

No mês, as importações somaram 2,5 milhões de toneladas, uma queda de 11,5% sobre novembro de 2014. Entre os produtos com melhor desempenho, estão o adubo (225,59 mil toneladas, 0,8% a menos) e o enxofre (155,99 mil toneladas, redução de 30,2%).

Onze meses

No acumulado do ano, o Porto contabilizou 109,81 milhões de toneladas, com 7,5% de crescimento em relação ao mesmo período do último ano (102,13 milhões de toneladas).

O aumento se deve ao mesmo fator que impulsionou a alta mensal – a ampliação das exportações agrícolas. Entre os destaques, estão o complexo soja (17,37 milhões de toneladas, com 7,1% a mais), o açúcar (16,69 milhões de toneladas, 5,8% de alta), o milho (13,33 milhões de toneladas, 74,1% superior) e a celulose (3,12 milhões de toneladas, 0,9% maior).

Contêineres

Ainda no acumulado do ano, a operação de contêineres totalizou 3,48 milhões de TEU (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés), expansão de 3,5% sobre o total do mesmo período de 2014. No mês, foram 303,51 mil TEU, com uma queda de 3,3%.

De janeiro a novembro, a carga conteinerizada representou, em tonelagem, 34,52% das mercadorias movimentadas no complexo.

Sobre o fluxo de navios, houve 405 atracações, 11 (2,6%) a menos do que em novembro do ano passado. 2,6%. No acumulado, foram 4.706 escalas, uma retração de 0,9%.</CW>

Fonte: A Tribuna online/LEOPOLDO FIGUEIREDO