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Navalshore

Porto de Santos vai além da vocação comercial e ganhará novo impulso com Pré-Sal

São Paulo está atrasado quanto ao tema petróleo e gás. E a atividade naval e marítima encontra-se de costas para o Porto de Santos. A crítica foi feita por Luís Antonio Awazu, diretor-presidente da SP Portos, nesta terça-feira (24/04), ao participar dos debates sobre o Complexo Bagres, primeiro projeto a integrar soluções do Porto e do pré-sal no Estado de São Paulo. Awazu cobrou uma plataforma logística eficaz não dependente das rodovias.

Na avaliação do especialista, há deficiências estruturais e de serviços no Porto que é o maior do hemisfério Sul, por onde escoa boa parte da economia brasileira, recebendo 6 mil navios/ano. Uma das deficiências apontadas por Awazu, em encontro com o Conselho Superior de Meio Ambiente (Cosema) da Fiesp, é que se um navio precisar de reparo, será levado para o Rio de Janeiro, o Uruguai ou outro país qualquer. Isto aumenta custos e perda de competitividade.

Apesar de o Brasil ser a 6ª economia mundial, no comércio exterior, o país contribui com apenas 1,2%, e será player importante na produção de petróleo e gás mundial, com previsão de 4,8 milhões a 5 milhões de barris/dia em 2019. “Mas é preciso acabar com o mito de que o Porto de Santos tem somente vocação comercial”, apontou o empresário, para quem o mesmo investimento aplicado no Complexo irá atender tanto navios comerciais quanto as necessidades do pré-sal.

Gargalos à frente

Ao ser questionado pelos membros do Cosema quanto à mão de obra necessária e aos impactos no tráfego de Santos – um município turístico –, o diretor da SP Portos reafirmou que a capacitação realmente é um dos gargalos a ser superado. De acordo com Awazu, há aproximadamente 100 mil pessoas, no Guarujá, vivendo em áreas subnormais. E a proposta é que se criem escolas técnicas no interior do próprio Complexo, que tem capacidade prevista para gerar 14,5 mil empregos diretos e indiretos e massa salarial da ordem de R$ 290 milhões.

No traçado do projeto, estão previstas a construção de perimetrais, para escoar o tráfego, e a modernização ferroviária da MRS Logística, que recebeu investimentos. “Todo açúcar descerá de trem”, exemplificou o diretor da SP Portos. E concluiu: “A proposta é também retirar das ruas os caminhões de fertilizantes. Estes problemas precisam ser resolvidos com gestão de processos”.

Conheça o projeto

O Complexo está instalado na Ilha de Bagres, ao lado da Ilha Barnabé e em frente ao Porto de Valongo. Com capacidade para receber navios até 60 mil toneladas e mais de 2,5 milhões de containers, tem cais acostável potencial de 2.500 metros de extensão. Os investimentos foram feitos a partir de modelo de convênio entre governos e iniciativa privada, algo em torno de R$ 2 bilhões.

Em sua infraestrutura de mais de 1,2 milhão de metros quadrados, comportará:

Estaleiro de construção e reparo naval;
Cluster naval de petróleo e gás;
Base offshore;
Terminais para armazenamento e movimentação de granéis líquidos e sólidos;
Área de construção de módulos e manutenção de sondas com diques flutuantes;
Local específico para tratamento de resíduos gerados pelas embarcações.

O projeto também contempla acesso à área continental. Aliás, de acordo com Awazu, este será o primeiro green port, por incorporar conceitos de sustentabilidade, como utilização de água de reúso e captação de água de chuva, além do uso de bicicletas e de ônibus elétricos para locomoção. O projeto também prevê a construção de um terminal retroportuário, com 1,5 milhão de metros quadrados, como apoio às operações na ilha.

Fonte: Solange Sólon Borges, Agência Indusnet Fiesp






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