A prefeitura de Campo Grande, entregou ontem, à Receita Federal, o estudo de viabilidade técnica e econômica para a implantação do porto seco na Capital. Se aprovado pelo órgão, o empreendimento, que custará R$ 9 milhões, assumirá todas as exportações de Mato Grosso do Sul, que hoje tem índice de 73,78% de desembaraçamento em outros estados.
Isso significa que dos US$ 1,949 bilhão exportados por MS até agora, US$ 1,438 bilhão saíram por outros locais que têm um sistema de exportação mais amplo, como São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Espírito Santo. Na prática, o Estado perde no índice de repasses com a Lei Kandir, uma vez que as trades e multinacionais acabam enviando soja, carne, minério para esses estados.
Além disso, o porto seco deve movimentar a economia, gerar empregos e, inclusive, baratear custos por organizar a logística. “Temos empresas aqui que exportam para Colômbia, e precisam fazer todo o processo por São Paulo, por exemplo, sendo que aqui estamos mais próximos. E mesmo que precisem sair por lá, o tempo de espera será menor, uma vez que já sairão com toda a documentação pronta daqui, indo direto para o embarque”, explicou o vice prefeito Edil Albuquerque.
De acordo com o assessor executivo da Prefeitura, Leonardo Barbirato Junior, o porto seco deve ocupar uma área de cinco hectares dentro do Terminal Intermodal, em Campo Grande, que tem 171 hectares. A previsão é de que o empreendimento fique pronto até o final de 2012.
Mas antes ele precisa ser aprovado pela comissão da Receita Federal, que fará todo o trabalho aduaneiro no novo porto. A aprovação ainda depende de um estudo de viabilidade de uma equipe do órgão que, segundo o delegado da Receita em Campo Grande, Flávio Cunha, tomará uma decisão até dezembro.
Na reunião de ontem, quando o projeto da prefeitura foi entregue ao órgão no Estado, o prefeito Nelsinho Trad ressaltou que já entregou um projeto de viabilidade em Brasília para o superintendente da 1º Região do órgão, José Oleskovicz. “Mostramos que a cidade tem condições de operar com um porto seco e as vantagens e importância disso para o Estado, agora só depende da Receita aprovar”, disse, completando que o próximo passo será pedir apoio à bancada Federal para aquisição de apoio político ao pleito. A obra do terminal intermodal, que foi concluído, custou R$ 22 milhões.
Fonte: Correio do Estado/ADRIANA MOLINA
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