O Porto Seco de Cascavel finalmente, depois do incêndio que destruiu o barracão de armazenagem em setembro do ano passado, finalmente será reconstruído. Além do barracão, haverá a construção do terminal de transbordo de grãos. Embora a Codapar (Companhia de Desenvolvimento Agropecuário do Paraná) tenha adiado por 10 dias duas das licitações da obra, ainda este mês todas as etapas da obra serão licitadas. Segundo Sinval Reis, gerente de armazenagem, os dois primeiros editais, que eram para ser licitados dia 10 e 11 foram prorrogados, mas ocorrem nos próximos dias 23 e 24.
Outros dois também foram publicados para o dia 29 e 30, completando assim todas as etapas da obra. “Serão quatro licitações, uma o barracão, a outra para a construção civil, outra para equipamentos e ainda a do tombador rodoviário”, afirma Sinval reis, gerente de armazenagem, ao pontuar que ao todo serão investidos aproximadamente R$ 3 milhões. “Após as licitações, tem o prazo legal de 30 dias e em seguida devem iniciar as obras”, comenta ao revelar que a expectativa é que no final de dezembro as obras estejam em conclusão, pois o Porto Seco deve reabrir para a próxima safra de verão.
A primeira licitação será da construção do barracão no valor máximo de R$ 456.600,00 para a instalação de estrutura metálica completa para o armazém, recuperação de fundação e implantação de nova fundação no Porto Seco de Cascavel. A outra licitação é para a contratação das obras civis para a instalação dos equipamentos de movimentação e armazenagem para transbordo de grãos no local. O valor desta licitação é de no máximo R$ 1.059.770,00.
A terceira licitação ocorrerá dia 29 no valor máximo estipulado em edital de R$ 247.000,00 para o fornecimento e instalação de tombador rodoviário para transbordo de grãos no Porto Seco. A última parte a ser licitada será a aquisição de equipamentos de movimentação e armazenagem para transbordo de grãos do local no valor máximo de R$ 967.387,00.
As obras serão feitas em parceria com um grupo de empresários paraguaios, que participarão com o investimento, já que o Governo do Estado terá como contrapartida o trabalho aduaneiro no Porto Seco. Segundo a Codapar, a parceria é visando a exportação de soja paraguaia, que irá exportar pelo Porto de Paranaguá, mas fazendo o transbordo em Cascavel. A previsão inicial é de movimentação de 400 mil toneladas por ano de produtos agrícolas paraguaios.
Mesmo com o investimento paraguaio na revitalização, as licitações são indispensáveis porque o Estado quem acompanhará e será responsável pela obra. A Codapar tem pressa para a reforma, pois os processos licitatórios primeiros tiveram problemas com os preços elevados e falta de interesse das empresas. Agora, com preços adequados a expectativa é de que agilize o processo para que a operação do Porto Seco volte.
Prejuízos
O incêndio de 22 de setembro de 2009 no armazém do Porto Seco que deteriorou toda a estrutura gera prejuízos até hoje, principalmente para a economia de Cascavel, que perde a comercialização local para outros terminais, como Maringá e Foz do Iguaçu. Segundo Alceu da Silva Moura Filho, gerente do Porto Seco, a maioria das cargas que seriam daqui encaminhadas passaram a ser enviadas por Maringá.
Ainda entre os prejuízos, o gerente pontua a diminuição de empregos diretos gerados, aproximadamente 15, e os indiretos, como caminhoneiros, motoristas. “Este tempo parado significou muita perda, para nós funcionários que ficamos na expectativa da volta de atendimento e também aos empresários que puderam utilizá-lo”, ressalta. O Porto Seco, que tem capacidade para 200 caminhões por dia, ficará inutilizado por mais de um ano.
Mas, a construção do terminal de transbordo e do armazém está sendo aguardado pelos funcionários e empresário de Cascavel. Embora, segundo Moura, algumas dificuldades ainda eram enfrentadas, como a preferência de muitos empresários em utilizar outros locais, como Foz do Iguaçu. “Alguns boicotavam mesmo, outros tinham o despachante e não queriam mudar a logística”, esclarece.
O gerente revela que muito trabalho de visita a empresários foi realizado, e quando estava mudando esta situação o barracão pegou fogo. “Mas esperamos que quando seja reconstruído retome como estava, com crescimento”, revela ao garantir que o objetivo é que toda capacidade do Porto Seco seja utilizada. “Os empresários estão procurando sempre”, retoma.
Porto Seco
O Porto Seco atua na prestação de serviços públicos de movimentação e armazenagem de mercadorias, para carga geral, carga sólida e a granel. Com capacidade para 54 caminhões e cinco cargas frigoríficas recebe produtos importados e também destinados à exportação para execução dos serviços de processamento de despacho aduaneiro. No local, a Receita Federal também exerce o controle aduaneiro das mercadorias. O local era de responsabilidade da Ferroeste (Estrada de Ferro Paraná Oeste S/A), mas agora a Estação Aduaneira do Interior é de propriedade da Codapar (Companhia de Desenvolvimento Agropecuário do Paraná).
Fonte: Gazeta do Paraná
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