O programa Porto sem Papel (PSP), de digitalização dos processos portuários, coordenado pelo Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) e iniciado em 2011, permitiu evitar o uso de aproximadamente 342,8 milhões de folhas impressas, correspondentes a 1.579 toneladas, e o corte de 30,6 mil pés eucaliptos, segundo balanço divulgado pela Pasta nesta terça-feira (9). Além disso, com menos burocracia, o projeto reduziu o tempo de estada de embarcações nos portos, o consequente consumo de combustíveis e a emissão de gases do efeito estufa. O MPor estima que, de 2013 a 2024, o sistema evitou a liberação de cerca de 72 mil toneladas de CO₂ na atmosfera.
O Porto sem Papel unifica em uma plataforma digital única todas as informações para a atracação e operação das embarcações, evitando a entrega de formulários físicos. Segundo o Ministério, armadores e agentes de navegação podem iniciar o preenchimento do Documento Único Virtual (DUV) durante a viagem do navio, garantindo mais previsibilidade e acelerando a liberação para atracação.
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Antonio Teixeira, gerente de operações da GAC, empresa internacional de logística marítima com atuação no Brasil, explicou que, com o programa, é possível preencher até 90% da documentação antes da chegada da embarcação, o que reduz o tempo de liberação de quatro ou cinco horas para até duas horas em alguns casos. “O Porto sem Papel vem se consolidando como uma das melhores mudanças do setor nos últimos anos”, afirmou.
Além disso, segundo ele, o programa reduz a rotina de trabalho e a ida presencial a órgãos da administração portuária. “Tudo pode ser feito do escritório ou até em home office. Isso reduz deslocamentos, custos e até o estresse do trabalho”, acrescentou.
O ministro de portos e aeroportos, Silvio Costa Filho, definiu o Porto sem Papel como marco na modernização do setor portuário e disse que o Programa representou ganhos de eficiência e reforçou o compromisso com a sustentabilidade. “Estamos mostrando que é possível modernizar o setor, reduzir a burocracia e, ao mesmo tempo, contribuir para a preservação do meio ambiente”, disse.