Marca de 18,30m permite que terminal da Ilha da Madeira receba navios tipo Newcastlemax. Aumento da carga pode chegar a 30 mil toneladas por navio
Homologado pela Marinha do Brasil este mês, o calado de acesso ao Porto Sudeste passou de 17,80 para 18,30 metros. O acréscimo de 50 centímetros permite que o porto receba embarcações tipo Newcastlemax, o que pode representar um aumento de carga de até 30 mil toneladas por navio. Um acréscimo que corresponde a cerca de dois trens de 136 vagões.
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A embarcação "Golden Amreen", das Ilhas Marshall, fez a estreia da nova marca em 19 de abril e deixou o Porto Sudeste com seis mil toneladas de minério de ferro a mais do que os navios da classe Capesize costumavam sair. As novas condições de navegação garantem mais segurança e redução do tempo de entrada e saída de navios do terminal. Com mais eficiência operacional e melhor custo de frete, o Porto Sudeste amplia sua competitividade no mercado internacional.
“Nosso plano para aumentar o calado começou se tornar realidade quando encontramos uma forma de fazer o corte da rocha com o mínimo de interferência ambiental e nas atividades dos pescadores locais. Investimos em uma técnica inédita, que utilizou fio diamantado para retirada de parte da rocha submersa do canal, sem provocar efeitos inerentes a esse tipo de atividade. A nova marca amplia a nossa competitividade, uma vez que otimiza a utilização do berço, reduz os custos operacionais e melhora o valor do frete. Além disso, com as embarcações em plena capacidade, o número de viagens é reduzido e, consequentemente, as emissões de carbono também”, comentou Jayme Nicolato, CEO do Porto Sudeste.
A aprovação do novo calado foi concedida após análise dos levantamentos da batimetria, realizada após a retirada de parte da rocha submersa no canal aquaviário de acesso ao Complexo Portuário de Itaguaí. O processo foi finalizado em 2022. O Porto Sudeste investiu em uma técnica moderna e ambientalmente mais segura de derrocagem, desenvolvida e patenteada pela UMI SAN – Hidrografia e Engenharia. O corte subaquático de rocha com fio diamantado minimiza impactos ambientais e estruturais, uma vez que não utiliza explosivos ou cápsulas expansivas. O método, inédito no mundo, que recebeu dois prêmios — sendo um deles internacional. O projeto foi 100% financiado pelo Porto Sudeste, e beneficia todos os terminais da região.