O Porto Sudeste, localizado em Itaguaí, no estado do Rio de Janeiro, venceu o Prêmio ATP 2025, concedido pela Associação de Terminais Portuários Privados (ATP), na categoria inovação tecnológica portuária. Em segundo lugar ficou o Porto Itapoá, de Santa Catarina, e em terceiro o Porto do Açu, também do Rio de Janeiro. Os nomes dos vencedores foram anunciados e os prêmios entregues na quinta-feira (23/10), em Brasília, durante o 12º Encontro ATP.
O terminal fluminense foi o escolhido em reconhecimento ao pioneirismo do projeto Derrocagem Subaquática com Fio Diamantado, que usou fio diamantado no corte de rochas, reduzindo impactos ambientais e otimizando a eficiência operacional. Segundo os responsáveis pela escolha, o projeto se destacou pela “precisão, baixo nível de ruído/vibração e reduzida turbidez gerada na água, bem como manutenção da capacidade de operação portuária durante o projeto, conferindo maior competitividade e sustentabilidade ao setor”.
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No caso do Porto Itapoá, a segunda colocação foi reconhecimento pelo projeto Otimização de Movimentos Produtivos, com uso de Inteligência Artificial para posicionar contêineres e evitar movimentos improdutivos. Para isso, foi criada uma ferramenta para prever o tempo de permanência de contêineres de importação no porto. Os resultados mostraram o potencial de evitar remoções em 29.047 unidades de contêineres em 22 meses. A previsão inicial era evitar a remoção de 500 unidades por mês, mas a média foi de 1.320 unidades por mês. Assim, a economia foi de R$ 1,389 milhão.
O terceiro colocado, o Porto do Açu, participou da disputa com o projeto Coletivo de Ações em Inovação e Sustentabilidade (Cais) - Ecossistema de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação, planejado para transformá-lo em uma plataforma de inovação. Em parcerias, foram desenvolvidos projetos de impacto nas áreas de transição energética, transformação digital, novos negócios e melhorias de processos.
Na categoria impacto social, o primeiro lugar ficou com a Samarco, pelo projeto Maré de Sorte, de aperfeiçoamento do trabalho de marisqueiras e pescadores de Ubu, Parati e Meaípe, no Espírito Santo, em pesca artesanal e ações de sustentabilidade. O programa inclui cursos sobre boas práticas, legislação e educação ambiental, além da entregar equipamentos de uso individual e coletivo. A conclusão dos avaliadores foi de que o projeto fortaleceu associações locais, melhorou a renda e ampliou o acesso a políticas públicas e mercados formais.
O segundo lugar na categoria ficou com o projeto Capacitação de Jovens, da Hidrovias do Brasil, que oferece a jovens em situação de vulnerabilidade capacitações técnicas e comportamentais, mentorias e feiras de negócios. Com mais de 200 participantes, ele gera impactos social e econômico, alinhados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 8 e 11, ao fomentar trabalho decente, crescimento econômico e fortalecimento das comunidades em territórios portuários.
Na terceira colocação na categoria ficou o projeto Culinária Caiçara na Baixada Santista: Valorização da Pesca Artesanal e Cultura Tradicional, desenvolvido pela Edge e que resultou em um livro de receitas. Feito em parceria com comunidades pesqueiras, ele apresenta receitas de pratos preparados com pescados locais, histórias de pontos de pesca e trajetórias de cozinheiros da região. Dede 2020, o projeto envolveu mais de duas mil pessoas.
O Prêmio ATP foi criado em 2023 para premiar ações exclusivas terminais de uso privado (TUP), incluindo estações de transbordo de carga (ETC), instalações portuárias de turismo (IPTur) e instalações de registro caracterizadas como Unidade de Armazenamento e Regaseificação Flutuante (FSRU). A banca de jurados é formada por nove profissionais do setor, entre eles representantes de universidades, do Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) e da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), que avaliaram os 53 projetos inscritos este ano com base em critérios como de originalidade, relevância estratégica, aplicabilidade, viabilidade técnica e financeira e engajamento comunitário.
