Foi assinada nesta sexta-feira (18) a ordem de serviços para o início das obras de dragagem de aprofundamento dos portos de Aratu e de Salvador. O documento que oficializa os trabalhos foi firmado na sede da Companhia das Docas do Estado da Bahia (Codeba), em Salvador, com a presença do diretor de Planejamento Portuário da Secretaria de Portos da Presidência da República (SEP), Jorge Zuma, do representante do consórcio vencedor da licitação e gerente do projeto, Bruno Desmet, do chefe-de-gabinete do governo da Bahia, Fernando Schmidt, e de empresários do ramo.
O consórcio DJN/Dratec venceu a licitação, no valor de R$ 89 milhões. Empresa de origem belga, a DJN tem ampla experiência em dragagem de portos. Somente no Brasil, a empreiteira realizou os serviços de dragagem no Porto Rio Grande (RS), no Itajaí (SC) e no Portocel/Petrobras, em Barra do Riacho (ES).
“Esperamos concluir os trabalhos em cinco meses. Nossa empresa é a número 1 no mundo em trabalhos de dragagem. Temos muitos projetos aqui no Brasil”, disse Desmet. Neste sábado (19) começam a chegar as dragas que farão a sucção e o recalque.
Os trabalhos devem começar no dia 23 deste mês. No total, serão utilizados três equipamentos: a Hondius, vinda da Colômbia, a Juan Sebastian de Elcano, que encerrou recentemente os trabalhos no Rio Grande do Sul, e a Kaishuu, que virá de Portugal para finalizar a operação em Salvador. A mão-de-obra utilizada pela empresa reúne profissionais brasileiros e estrangeiros. Seu escritório tem 20 pessoas, aproximadamente 15 engenheiros e outras 80 pessoas que trabalharão nos navios/dragas.
De acordo com Zuma, a intenção é preparar esses dois importantes terminais para receber navios maiores e consequentemente ampliar a capacidade de exportação da Bahia e do Brasil. O diretor da SEP disse que durante muito tempo o Brasil teve o modal prejudicado, justamente por não congregar condições para o recebimento de navios que navegam pelo mundo.
“Tivemos uma redução na nossa balança comercial por não possuir condições desses navios acessarem os nossos portos. Para que pudéssemos resgatar o incremento nos nossos portos, nos últimos anos, iniciamos a execução do Plano Nacional de Dragagem. Com esse trabalho aqui na Bahia totalizamos dez portos em execução no país”, explicou Zuma.
Melhores resultados
Mesmo com a capacidade de navegação limitada, a movimentação de cargas nos portos de Aratu e de Salvador atingiu em maio o melhor resultado deste ano e alcançou a marca de 822 mil toneladas. Os primeiros cinco primeiros meses deste ano representaram um crescimento de 22,2%, em relação ao mesmo período de 2009.
O presidente da Codeba, José Rebouças, destacou que ao poder público cabe o estímulo das atividades portuárias. Para ele, a viabilização por parte dos governos da infraestrutura marítima e viária é o que atrai os investimentos privados. “Temos aqui vários projetos em andamento, como o da estação turística e o de melhoria da operação de trigo em Salvador, além de empresas realizando estudos de viabilidade para arrendamento de terminal de granéis sólidos de Aratu e outras fazendo estudos para desenvolvimento de granéis líquidos no terminal de Aratu. O setor público investe na infraestrutura terrestre e marítima e o setor privado investe na parte operativa”, detalhou Rebouças.
O vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb) e coordenador de Comércio Exterior, Reinaldo Sampaio, observou que os empreendimentos surgem quando há condições logísticas criadas pelo governo. “Logística é indutora da atividade produtiva. O empresário vai onde já existe logística. Estamos atrasados. Por muitos anos não foram feitos os investimentos necessários no país, mas ao mesmo tempo estamos otimistas com os compromissos assumidos pelo governo federal e o governo estadual no sentido de suprir essas demandas”, afirmou Sampaio.
Capital baiana sediou primeiro porto da América do Sul
Schmidt representou o governador Jaques Wagner e lembrou que o primeiro porto da América do Sul foi criado em Salvador e durante muitos anos foi o terminal portuário mais importante da América Latina. Ele disse que os serviços que serão realizados nos portos de Aratu e de Salvador são essenciais, “primeiro para o desenvolvimento do estado e segundo porque o governo da Bahia também é acionista da Codeba”.
Para Schmidt, essa é uma questão que vem sendo abordada intensamente nos últimos anos. “Inicialmente não existiam projetos. O governo federal começou a aportar recursos para isso e a Bahia adotou uma postura proativa para o fomento do setor, a exemplo da Via Expressa Baía de Todos-os-Santos, em Salvador, e o Porto Sul, em Ilhéus, que será o ponto de escoamento da nova Ferrovia Oeste-Leste. Tudo isso criou uma ambiência nova e permitiu que os investimentos começassem a surgir”, declarou.
Fonte: Jornal Feira Hoje
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