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Portos não estão preparados para receber aumento no número de cruzeiros

SÃO PAULO – A quantidade de cruzeiros realizados em todo o Brasil tem aumentado muito. Entre as temporadas de 2009 e 2010, o crescimento foi de 62%, ao passar de 251 para 407 viagens. Se forem levados em conta os últimos dez anos, a elevação foi de 825%, já que em 2000 aconteceram apenas 44 viagens.

Os dados fazem parte de uma pesquisa realizada pela Abremar (Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos), divulgada na última terça-feira (8). Ela procurou avaliar a situação dos portos brasileiros e constatou que eles não têm capacidade para receber o aumento do número de viagens marítimas.

São diversos os problemas que precisam ser sanados, como embarque e desembarque feitos em locais inapropriados, falta de sinalização, pouco espaço para os navios manobrarem, falta de estrutura para as embarcações esperarem autorização para encostar na plataforma, entre outros.

Como estão os portos paulistas?

No estado de São Paulo, foram analisados três portos:

Ilhabela: localizado no litoral norte paulista, possui um grande volume de turismo. Um dos problemas do local ocorre nos dias em que há muitos navios e eles não conseguem fazer desembarque em terra, pois não são satisfatórios os serviços de tenders, que levam os passageiros de lancha ou escuna até a areia.

A estrutura receptiva, em compensação, é um atrativo, já que há televisão LCD e balcões de madeira para as empresas. Porém, apesar da estética, caiu a qualidade na prestação de serviço de ambulância e apoio policial.

Além disso, foi proibido o uso de micro-ônibus, o que aumentou o custo das excursões, pois os operadores são obrigados a usar vans que têm menos assentos.

Santos: o terminal até possui boa infraestrutura, porém, ela se torna deficitária, por não ter condição de receber mais de três navios de médio e grande porte no mesmo dia.

Outros problemas verificados são: embarque e desembarque de passageiros feitos no local das cargas, salões de espera usados para embarque e desembarque, área destinada aos pedestres ocupada por bagagens e falta de placas de sinalização.

Segundo a Abremar, no terminal, foram iniciadas obras de ampliação de alguns salões – o que representa 20% de aumento da sua área –, com previsão de entrega para o começo de novembro.

Ubatuba: embora o local seja conhecido pelo público paulista, ele precisa ser mais divulgado para outras localidades. Um caminho é realizar parcerias com navios de fora do estado de São Paulo.

Apesar da estrutura receptiva ser simples, tem disponibilidade de transporte público e a avenida é interditada para o estacionamento de ônibus e vans.

Porém, a cidade possui um único pier (plataforma), o que restringe a aproximação de navios, tem necessidade de sinalização náutica e ainda não possui especificação da área de fundeio – aquela reservada para que os navios ancorados aguardem autorização para atracar e realizar embarque e desembarque.

Algumas soluções para os portos fluminenses

No estado do Rio de Janeiro, foi avaliado o porto de Angra dos Reis, onde a recomendação de melhoria é para que se crie uma estrutura de receptivo, com opções de viagens que vão além de passeios de escuna, e também que haja oferta de praias e pontos turísticos aos cruzeiristas.

Já para Búzios, as recomendações tratam do serviço de tender. Como há muitos navios chegando por lá, é preciso aumentar a recepção por meio de lanchas e também a organização, para separar o espaço desse serviço daquele destinado aos barcos locais.

No caso de Cabo Frio, é necessário um estudo de viabilização para implantar um ponto de fundeio que ofereça segurança aos navios ancorados e para facilitar o embarque e desembarque nos tenders, reduzindo seu tempo de navegação entre o navio e o píer.

As recomendações para Ilha Grande são: conclusão das obras de melhoria do píer, sendo que ele seja capaz de atender, no mínimo, dois tenders simultâneos. A organização aqui também é necessária para conciliar o serviço das lanchas que fazem tender com o trabalho dos barcos locais.

No porto da capital carioca, por sua vez, é necessário alargar a calçada na entrada do porto e criar um salão específico para espera no terminal. Além disso, é preciso fazer um estacionamento alternativo para ônibus de excursão, não realizar eventos no armazém nas datas de operação de navios e melhorar a logística nas coincidências de vários navios.

Documento para ajudar futuros investimentos

O estudo tem o objetivo de apresentar ao poder público e entidades privadas um documento que mostre a situação dos portos hoje, com muitas fotos ilustrativas, para aprimorar a infraestrutura portuária no país.

Assim, também traz sugestões para melhorias de cada um dos portos analisados, constituindo-se interessante material para auxiliar planejamentos de investimento futuro.

Os outros portos que constam no documento são Cabedelo (PB), Fernando de Noronha (RN), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), Ilhéus (BA), Imbituba (SC), Itajaí (SC), Maceió (AL), Natal (RN), Porto Alegre (RS), Porto Belo (SC), Recife (PE), Salvador (BA), São Francisco do Sul (SC) e Vitória (ES).

Fonte Uol

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