Como era esperado, a maioria dos portuários avulsos não aceitou os serviços na escalação das 13 horas de ontem, terça-feira. O procedimento padrão pode evoluir para uma greve geral, de acordo com o presidente do Sindicato dos Estivadores, Rodnei Silva. “Cerca de 30% dos navios que estão atracados no Porto de Santos não tem homens para fazer operação normal nesta terça.”
Os trabalhadores portuários protestam contra as novas medidas estabelecidas pelo Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) do Órgão Gestor de Mão de Obra (Ogmo-Santos).
Para tentar acabar com o TAC, a categoria recorrerá ao poder judiciário. “Se nada mudar até a escalação das 19 horas, os serviços da noite também não serão aceitos”, afirma o presidente do Sindicato dos Estivadores.
A exigência do intervalo de 11 horas entre duas jornadas de trabalho consecutivas para os trabalhadores portuários avulsos (TPAs) de Santos, que entrou em vigor às 13 horas desta terça não agrada a categoria.
No horário em que a medida começou a valer, o posto de escalação 3, no Estuário, ficou lotado, mas os trabalhadores recusaram os serviços.
Além desta medida, os portuários não aprovaram outros aspectos da TAC como a implementação do sistema eletrônico na escala, a convocação dos TPAs em sistema de rodízio, a colocação, no final da fila, do portuário que recusou o trabalho para o qual foi designado e a escalação de TPA devidamente qualificado, e com a presença dele no posto do Órgão Gestor.
Roleta Russa
Os trabalhadores do setor de capatazia, associado ao Sindicato dos Operários Portuários (Sintraport), reclamam do sistema eletrônico na escala de trabalho. De acordo com a categoria, o sistema não respeita a ordem numérica e gira como uma roleta russa, prejudicando os trabalhadores.
Segundo o Ogmo, o esquema de escalação foi normal e a sequência numérica foi seguida.
Estratégia
Os dirigentes das categorias do Porto já traçaram a estratégia para resistir ao novo processo de escalação dos trabalhadores
Hoje, quarta-feira, os trabalhadores farão uma concentração em frente ao Órgão Gestor de Mão de Obra (Ogmo-Santos) e de lá seguem em passeata até o Ministério Público do Trabalho (MPT) para pedir a anulação do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), que deu origem às novas medidas.
A concentração será em frente ao Ogmo, na Avenida conselheiro Nébias. De lá os trabalhadores seguirão em passeata até a sede do Ministério Público do Trabalho (MPT), na Rua Braz Cubas, 190.
O ato, segundo o presidente do Sindicato dos Estivadores, Nei Silva, vai simbolizar o enterro do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). Ainda nesta quarta-feira, os trabalhadores participam de reunião com dirigentes do Sindicato dos Operadores Portuários (Sopesp) – que requisitam o trabalho dos avulsos.
Fonte: A Tribuna On-line
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