Viaduto exclusivo da Ilha do Fundão ao Galeão pode reduzir trajeto para apenas 20 minutos
A Prefeitura do Rio de Janeiro anunciou a publicação de um novo edital de licitação para o projeto das barcas que ligará os aeroportos Antônio Carlos Jobim (Galeão), na Ilha do Governador, e Santos Dumont, no Centro da cidade. O documento foi aprovado após ajustes indicados pelo Tribunal de Contas do Município (TCM).
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O trajeto de 15,7 quilômetros pela Baía de Guanabara terá duração total de 55 minutos e o custo por viagem será de R$ 22,50. Desde o anúncio inicial em abril, o investimento previsto para a implantação do projeto e a compra das embarcações aumentou de R$ 106 milhões para R$ 109,5 milhões. A licitação está marcada para ocorrer no dia 3 de setembro.
Com previsão de atender 3,5 mil passageiros diários, o custo total para o município será de R$ 24,9 milhões, enquanto a futura concessionária arcará com o restante dos custos e terá o direito de explorar o serviço por 30 anos. As obras de implantação durarão cerca de dois anos.
As embarcações serão 100% elétricas, com capacidade para transportar entre 60 e 100 passageiros, e projetadas para operar com zero emissão de carbono. As barcas foram escolhidas por seu baixo calado, de apenas 0,5 metro, eliminando a necessidade de dragagem e garantindo a preservação do ecossistema local. O design também visa a eliminação total de ruídos, contribuindo para a preservação da flora e fauna marítima.
O serviço funcionará diariamente das 6h às 23h, com viagens de aproximadamente 35 minutos entre duas estações: uma na Marina da Glória, ao lado do Santos Dumont, e outra na praia do Galeão, na Ilha do Governador. Ao desembarcar na estação da Estrada do Galeão, os passageiros seguirão para o terminal de destino em um dos quatro micro-ônibus elétricos disponíveis. O trajeto completo deve levar cerca de 55 minutos, com intervalos de 15 minutos entre as partidas. Cada trecho custará R$ 22,50. Além do investimento privado, a concessionária vencedora deverá pagar ao município uma outorga variável de 3% sobre a receita tarifária.
O principal desafio para a implementação deste projeto é garantir o interesse privado no empreendimento, com a participação ativa das esferas federal, estadual e municipal do governo, que devem aportar recursos recorrentes para viabilizar o retorno dos investimentos.
Além disso, há uma proposta de aproveitamento imediato da infraestrutura existente, como o acesso da Ilha do Fundão ao Galeão, que já conta com um viaduto exclusivo. Isso permitiria um trajeto mais curto, de apenas 20 minutos, beneficiando mais de 120 mil pessoas que circulam diariamente pela Ilha do Fundão, incluindo a comunidade da UFRJ, centros de pesquisa e o polo tecnológico da UFRJ.
As embarcações elétricas levam de 12 a 18 meses para serem fabricadas a partir da contratação. A aprovação do projeto envolverá questões de segurança marítima, meio ambiente, CREA e agências reguladoras. Uma opção é o aproveitamento de infraestrutura já disponível, como na Praça XV e na Ilha do Fundão, para reduzir custos e tempo de realização das obras.