Os trabalhadores afirmam que, além da “falta de respeito da empresa”, que mantém as atividades apesar do acidente, há informes sobre um número maior de vítimas que o divulgado.
Trabalhadores discutem se vão fazer uma paralisação no Porto Chibatão, nesta quarta. Foto: Rômulo Araújo Trabalhadores discutem se vão fazer uma paralisação no Porto Chibatão, nesta quarta.
Manaus - O presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Cargas de Secos e Molhados do Estado do Amazonas (Sindicargas), Carlos Gonzaga,apontou pelo menos uma dezena de desaparecidos após o desabamento no Porto Chibatão, na zona sul de Manaus.
“Há pelo menos dez pessoas desaparecidas. Mas a empresa não permite a entrada da imprensa e continua o trabalho normalmente. Isso é falta de respeito com as vítimas e os trabalhadores, que estão psicologicamente afetados”, diz o presidente do Sindicato, que não revelou os nomes dos supostos desaparecidos.
O proprietário da empresa, José Ferreira de Oliveira, se limitou dizer que foi o Corpo de Bombeiros quem está restringindo a entrada da imprensa no local.
Sem greve
Carlos Gonzaga descartou a paralisação de dois mil trabalhadores que atuam no porto do Chibatão, em Manaus, segundo ele em respeito às vítimas. A categoria planejou se reunir para cruzar os braços nesta quarta-feira (20).
Mais cedo, na manhã desta terça-feira, o discurso era mais incisivo. “Nós vamos nos reunir ainda hoje para discutir isso, mas é quase certo que os trabalhadores paralisem as atividades”, disse Carlos Gonzaga durante manifestação no local onde aconteceu um deslizamento de terra no último domingo (17). Os trabalhadores afirmavam que, além da “falta de respeito da empresa”, que mantém as atividades normalmente apesar do acidente, há informes sobre um número maior de vítimas que o divulgado.
CPRM deve concluir laudo em uma semana
O geólogo René Luzardo, do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), informou que o órgão vai realizar uma perícia no local e que, em uma semana, deve emitir laudo técnico sobre as condições do terreno. Ele não descarta o excesso de peso e má execução na construção do porto como fatores para o acidente. “Evidentemente o excesso de peso pode ser um fator, assim como problemas de engenharia na execução da obra. Mas isso só vamos saber com o resultado do laudo, que sai uma semana”, informou.
O Corpo de Bombeiros informou que o comandante geral, Coronel Antônio Dias, deve ir ao porto do Chibatão por volta de 11h para ver o andamento dos trabalhos e conceder entrevista coletiva à imprensa.
Fonte: D24am.com
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