A Receita Federal deve descobrir hoje qual o dia do desembarque dos outros 14 contêineres que estão sob suspeita de estarem carregados com mais lixo hospitalar. De acordo com a informação que a transportadora marítima Hamburg Süd repassou à Receita, tanto o exportador quanto o importador dessas cargas seriam os mesmos envolvidos com o transporte de outros dois contêineres que, juntos, continham mais de 46 toneladas de lixo hospitalar. Eles foram desembarcados no Porto de Suape em 21 de setembro e 5 de outubro. Os novos terão sua entrega bloqueada e serão inspecionados.
Hoje haverá uma reunião entre representantes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), da Receita Federal e do Ministério Público Federal. Técnicos da Anvisa e Apevisa interditaram dois galpões da Império de Forro de Bolso, em Toritama e Santa Cruz do Capibaribe, onde foram encontrados lençóis com manchas parecidas com sangue. Há suspeita de que o material era usado para confeccionar bolsos de calças, além de os lençóis serem vendidos a quilo em lojas.
A escala de qualquer navio em Suape precisa ser informada à Receita até cinco dias antes da chegada da embarcação. Mas o inspetor-chefe da Alfândega do Porto de Suape, Carlos Eduardo Oliveira, disse que irá tentar obter junto à Hamburg Süd o nome do navio e, assim, descobrir sua data de chegada. “Temos que abrir os contêineres para confirmar se é a mesma carga dos outros dois. Caso seja, o ideal seria devolver no mesmo navio, mas isso não é possível”, disse. Assim como nas últimas duas vezes, os contêineres saíram do porto de Charleston, na Carolina do Sul, Estados Unidos.
Também hoje, representantes da Anvisa e da Apevisa planejam fazer uma visita a Suape. “A ideia é comparar os tecidos que nós trouxemos do galpão da importadora em Toritama com os que foram encontrados nos contêineres”, disse o gerente da Apevisa, Jaime Brito. Ele não tem dúvidas de que os primeiros seis contêineres importados neste ano pela mesma indústria do ramo de confecções também estavam repletos de lençóis e outros tecidos usados em ambiente hospitalar.
De acordo com o inspetor-chefe da Alfândega do Porto de Suape, a Receita Federal irá redobrar a atenção em relação às cargas descritas como “tecido com defeito”, tipo de importação comum, e outras descrições que possam encobrir a importação de lixo. Os galpões da Império de Forro de Bolso permanecem interditados.
Fonte: Diario de Pernambuco
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