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Safra grande e frete em alta favorecem resultado da ALL

Logística: Maior empresa do setor ferroviário do país melhora margens no ano e reverte perda de R$ 22,6 milhões que havia registrado no início de 2009.
A América Latina Logística (ALL), maior companhia ferroviária do Brasil, reverteu o prejuízo de R$ 22,6 milhões registrado no primeiro trimestre do ano passado e obteve lucro líquido de R$ 17,5 milhões nos primeiros três meses de 2010. O resultado foi favorecido pela recuperação de preços de frete e pela redução de 14,1% nas despesas financeiras líquidas, que baixaram de R$ 217,9 milhões para R$ 187,1 milhões no período.
De janeiro a março, a receita líquida da empresa cresceu 12,2%, para R$ 626 milhões. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (lajida) subiu 19% e foi de R$ 296,5 milhões.
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Como em períodos anteriores, o mau desempenho da operação na Argentina prejudicou o resultado consolidado. No país vizinho, o prejuízo no trimestre somou R$ 7,3 milhões e houve redução de 14% no volume de mercadorias transportadas. No Brasil, o volume transportado pela ALL cresceu 6,3%.
O diretor de relações com investidores da ALL, Rodrigo Campos, diz que o cenário de 2010 é o oposto do enfrentado em 2009. "Temos a perspectiva de uma safra agrícola forte e de crescimento na indústria", afirmou.
Ao comentar o resultado do primeiro trimestre, o executivo explicou que os números ficaram dentro do que era esperado. Ele acrescentou que janeiro foi mais fraco que o mesmo mês do ano passado, quando havia estoque maior da safra de grãos para ser escoado para exportação, mas a nova safra começou a entrar em meados de fevereiro.
Sobre a recuperação de preços, a empresa informou que houve ganhos reais nos seus contratos do tipo "take-or-pay" (pegue ou pague) e que o frete no mercado "spot" (à vista) "atingiu seu pico" no primeiro trimestre, devido ao início da colheita e ao aumento na demanda por transporte. Já as despesas financeiras líquidas foram menores no período porque, no ano passado, a ALL captou R$ 1,3 bilhão com a emissão de debêntures conversíveis em ações, em condições mais favoráveis para a companhia.
A ALL encerrou o trimestre com dívida líquida de R$ 2,266 bilhões, 11,9% menor que a de um ano antes. De janeiro a março, os investimentos da empresa somaram R$ 220 milhões, de um total de R$ 1 bilhão previsto para 2010. Ela está construindo um trecho ferroviário entre Alto Araguaia e Rondonópolis, que deverá ser concluído em 2012. A administração da ALL informou que está desenvolvendo "novos projetos estratégicos com o objetivo de alavancar o crescimento da empresa no longo prazo", nos segmentos de contêineres, terminais e minério de ferro.
Sobre o plano de transportar cargas de varejo, Campos disse que ele ainda está em fase de projeto e faz parte das estratégias de longo prazo da empresa. Segundo ele, esse projeto passa pelo desenvolvimento de terminais para concentração de contêineres, a exemplo do que ocorre nos EUA, onde as linhas férreas são utilizadas para embarque de produtos por varejistas como a Amazon.
Ao avaliar o resultado da ALL, o analista Artur Delorme, da Ativa Corretora, apontou como ponto positivo a melhora da margem lajida da companhia, que ficou em 47,4% neste trimestre, ante 44,6% um ano antes.
Na visão do especialista, a perspectiva para a companhia é positiva, tendo em vista a forte produção de soja e milho nas regiões onde a ALL opera. (Colaborou Eduardo Laguna)

Fonte: Valor econômico/ Por Marli Lima, de Curitiba


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