Com o Arco Metropolitano, estado do Rio ganha infraestrutura que deve impulsionar porto de Itaguaí >> Depois de 40 anos, o Rio de Janeiro teve inaugurado o Arco Metropolitano, obra que interliga as principais rodovias federais do Grande Rio. Em 2008, após 34 de sua idealização, o Arco Metropolitano — ou Rodovia BR-493/RJ-109 — passou a integrar o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A obra custou cerca de R$ 1,9 bilhão, com participação de R$ 1,2 bilhão do governo federal, em parceria com o governo do Rio de Janeiro. A solenidade aconteceu em 1º de julho, com a presença da presidenta Dilma Rousseff e do ministro dos transportes, Paulo Passos.
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— Devemos destacar a importância do ponto de vista do sistema produtivo, que prevê a ligação com o corredor sudeste, com a possibilidade de atender à região do Vale do Paraíba e conexão direta com o porto de Itaguaí. A obra terá um efeito igualmente positivo na Avenida Brasil. A Arco irá separar o tráfego de interesse local do tráfego de média e longa distância, o que, sem dúvida nenhuma, irá contribuir para as operações de circulação de veículos e pessoas — disse o ministro dos Transportes, Paulo Passos, durante a inauguração. Já a presidenta Dilma destacou que “não há dúvida de que o arco abre oportunidades econômicas e sociais para o Rio de Janeiro e Baixada”.
O porto de Itaguaí (RJ) é beneficiário direto da obra, que desobstrui o transporte de cargas no sistema viário das cidades do Rio e Itaguaí. Além disso, os polos industriais existentes na região passam a ter como atrativo adicional a infraestrutura logística disponível, o que proporcionará a atração de novas indústrias. O sistema atravessa a Baixada Fluminense e contorna a cidade do Rio, desafogando as vias expressas de entrada e saída da cidade, como a ponte Rio-Niterói, a Avenida Brasil e as linhas Vermelha e Amarela.
A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) prevê um salto na produtividade das empresas no estado. Estima-se que com o arco cerca de 35 mil veículos deixam de passar pela Avenida Brasil, Via Dutra e Washington Luis por dia, dos quais 10 mil caminhões de carga. A Firjan calcula que a obra reduza em até 20% o custo de transporte entre o porto de Itaguaí e os estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e até Distrito Federal, com impacto no PIB do estado do Rio de R$ 1,8 bilhão. O arco liga polos industriais importantes como o porto de Itaguaí, a Refinaria Duque de Caxias e o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, em Itaboraí.
O trecho inaugurado possui 71 quilômetros e liga a BR-040, em Duque de Caxias, até à BR-101 Sul, em Itaguaí, próximo ao porto daquele município. A construção, que integra o Programa de Aceleração de Crescimento (PAC), também é constituída por 22 quilômetros da BR-116, entre a BR-040 e a localidade de Santa Guilhermina, em Magé; um trecho já duplicado de 26 quilômetros da BR-101 Sul e 25 quilômetros da BR-493 até a BR-101 Norte, em Itaboraí, cuja obra de duplicação já foi contratada.
Para viabilizar a obra, foram necessárias três mil desapropriações. Atrasos aconteceram por conta da descoberta de 68 sítios arqueológicos. Além dos previstos oito viadutos sobre dutos da Petrobras, foram construídos dois adicionais sobre um lago em Seropédica, para não pôr em risco o habitat da rã Physalaemus soaresi, espécie ameaçada de extinção.
O Arco Metropolitano integrará importantes rodovias federais, como a BR-101, a BR-116, a Dutra, a BR-040, Washington Luís, além dos trechos rodoviários das RJs 085, 093 e 111.
A Arco Metropolitano tem atraído novos empreendimentos para a região. As principais cidades beneficiadas foram divididos em três áreas e a primeira concentra Itaguaí, Queimados, Japeri, Paracambi e Seropédica. Já são dois mil empregos gerados com R$ 280 milhões em investimentos anunciados. Itaguaí é considerado o principal foco dos grandes investimentos por causa do porto instalado no município.