A Prefeitura de Santos embargou ontem, no oitavo dia do incêndio nas instalações da Ultracargo, as atividades da empresa na cidade. Todas as atividades ficam suspensas até que sejam cumpridas as determinações legais para garantir a segurança do local. A decisão tem como base o código municipal de posturas, que autoriza a suspensão "a estabelecimento comercial, industrial ou portador de serviço que estiver sendo prejudicial à saúde, higiene, segurança e sossego público e ao bem estar social".
Em nota, a Ultracargo informou que "sempre funcionou com todas as licenças e autorizações necessárias e que suas operações obedecem todas as legislações, regulações e normas técnicas aplicáveis". Ela disse ainda que vai prestar todos os esclarecimentos necessários à Prefeitura.
O incêndio entra hoje no nono dia. Ontem os bombeiros extinguiram as chamas no tanque de gasolina, o foco agora é consertar os vazamentos nos diques de contenção, onde ainda há combustível, evitando a reignição do fogo. Hoje estava prevista a chegada de técnicos Williams Fire & Hazard Control, que trabalhou no fechamento dos poços na Guerra do Golfo, para auxiliar no estancamento dos vazamentos.
O senador José Medeiros (PPS/MT) esteve em Santos ontem e pediu ao prefeito Paulo Barbosa (PSDB) maior flexibilização do bloqueio aos caminhões para acesso à margem direita do porto, por onde é feita a boa parte das exportações de grãos do Estado. Medeiros estima que, em virtude do bloqueio, que teve início na segunda-feira, apenas nos caminhões de grãos as perdas alcançam R$ 20 milhões. Na quarta-feira, o gabinete de solução de crise permitiu a chegada de carretas ao porto pelo centro de Santos entre 22h e 4h.
Para o senador, a questão está sendo tratada de "forma provinciana" e contaminada por questões políticas, já que os governos estadual e municipal estão com o PSDB e a Codesp, que administra o porto de Santos, é ligada ao governo federal. A prefeitura disse que "compreende e se solidariza" com a situação dos trabalhadores e empresários ligados ao porto, mas que o bloqueio foi decisão aprovada pelo gabinete de solução de crise.
Fonte: Valor Econômico/Fernanda Pires | De Santos
PUBLICIDADE