O projeto de construção do Porto de Águas Profundas é perfeitamente viável e necessário para o desenvolvimento econômico da Paraíba. A avaliação é dos secretários Osman Cartaxo (Planejamento e Gestão) e Francisco Sarmento (Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Ciência e Tecnologia). O Governo do Estado já contratou os estudos de previabilidade técnica, econômica, ambiental, legal e localização do porto. Este é o estágio atual do projeto, de acordo com o secretário Osman Cartaxo. O objetivo do porto é possibilitar a inserção da Paraíba na economia regional porque hoje o estado somente interage a nível de economia regional através das BRs 101 e 230, portanto, via transporte rodoviário.

A implantação do Porto de Águas Profundas vai permitir a integração da Paraíba no mercado regional, nacional e internacional e terá duas vertentes: a) será um facilitador e vai atrair grandes empresas, terá uma retro-área para instalação de grandes plantas industrias como refinarias, siderurgias, etc., a exemplo dos portos de Suape, em Pernambuco, e Pecem, no Ceará. b) o porto não será um equipamento isolado, vai se consorciar com a ferrovia, que já existe e se ligará à transnordestina em Crato-CE; além disto, interage com o programa de exploração do minério em toda a Paraíba, da exploração do petróleo de Sousa, dentre outros empreendimentos.

O equipamento, que já tem grupos estrangeiros interessados, também vai ser fundamental na exploração da bentonita, minério que a Paraíba detém 80% das reservas no Brasil. A bentonita serve para a vedação de poços de petróleo e aplicação na pelotização do minério de ferro. O programa de exploração mineral aqui no Estado vai suprir as duas culturas da Paraíba no passado, o algodão e o sisal. Atualmente, 20% da importação dos produtos do Estado saem pelo porto de Saupe e isto significa que a Paraíba está perdendo renda, impostos, e empregos.

“É preciso dar à economia do Estado soluções macroeconômicas para voltar a inserir a Paraíba no mercado regional e nacional. Na Costa brasileira existem 56 portos, a maioria dos estados tem três portos, os únicos estados que só têm um porto são Alagoas, Sergipe e a Paraíba. O Porto de Águas Profundas é absolutamente necessário.

O secretário Osman Cartaxo revelou que o projeto está orçado em R$ 1,8 bilhão e o governo tem tido contatos com grupos estrangeiros interessados em fazer Parcerias Público-Privadas. São grupos japoneses e outras organizações internacionais. Em relação à Paríba, ponto mais oriental das Américas, o porto de Pecem fica distante 440 quilômetros e isto significa um dia e meio de viagem. Na opinião do secretário de Planejamento e Gestão, o projeto do Porto de Águas Profundas representa visualizar o desenvolvimento econômico, vizualizar as oportunidades dez, quinze anos na frente. A Transnordestina vai integrar os portos de Suape e Pecem, a ferrovia passa na costa do Rio Grande do Norte e de Pernambuco e para se inserir nesse contexto a Paraíba precisa do Porto de Águas Profundas.

O Porto de Cabedelo, com as obras em andamento, terá um calado de 11,5 metros e os navios que transportam cargas exigem um calado mínimo de 12 metros de profundidade, a partir de padrão referencial definido a nível mundial com base no Canal do Panamá.

O secretário do Meio Ambiente, Recursos Hídricos, Ciência e Tecnologia, afirmou que o Porto de Águas Profundas vai se inserir no contexto de desenvolvimento da Paraíba. O equipamento vai atender a demanda do transporte de produtos em navios que só atracam em calados maiores. O minério de ferro no Sertão da Paraíba é a maior demanda, seguido dos granitos, do urânio e das Várzeas de Sousa que já começa a produzir alimentos. Os mesmos grupos que detêm as lavras do minério de ferro estão interessados na implantação do Porto de Águas Profundas.

“Pensar pequeno, pensar com mentalidade tacanha é exatamente descartar esses projetos que são portadores verdadeiramente do futuro”, declarou Sarmento. Ele acrescentou que, de fato, existem grupos empresarias interessados tanto no Porto de Cabedelo quanto no Porto de Águas Profundas. “Isto mais do que uma percepção de futuro para a Paraíba já se ensaiam os passos para a concretização do projeto na forma mais moderna que existe hoje e que o Brasil todo utiliza que é a parceria público-privada”, destacou.

Sobre o Porto de Cabedelo, Sarmento revela as melhorias que estão sendo executadas. O calado do porto vai passar de nove metros para 11,5 metros de profundidade. O porto será utilizado também para outras vocações. Vai ser base para um grande centro de distribuição regional de mercadorias já alfandegadas, por exemplo veículos produzidos no Sul, Sudeste ou na Bahia, podem vir através de navios, ao invés de serem transportados por rodovias. Essa janela existe no porto de Suape que não trabalha com esse tipo de atividade por conta de restrições nos contratos, o que afasta os transportadores de mercadorias alfandegadas. 

Fonte: Secom PB