Como todos os anos, a fila de caminhões para descarregar no Porto de Paranaguá é quilométrica. Na tentativa de desafogar o tráfego de caminhões que aguardam às margens da BR-277, a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) suspendeu a emissão de senhas do sistema Carga On-Line, que programa o fluxo de chegada e descarga dos caminhões ao porto, ação que não deu certo. Laudio Luiz Soder, Diretor do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas no Paraná (Setcepar), comenta que este problema no Porto está longe de acabar. O motivo, segundo o Diretor, é a falta de investimentos em infraestrutura portuária. “Sabemos que infelizmente a fila ocorre todos os anos e com maior frequência nas épocas de safra, mas esta situação não deve ser vista como normal. Na verdade trata-se de um problema logístico. O porto deveria receber mais investimentos em armazéns capazes de receber os volumes de produtos que são remetidos para posterior exportação. Fato que não está ocorrendo”, explica.
Soder destaca que esta situação causa prejuízos gigantescos para o transportador, pois enquanto aguarda a descarga, o caminhão não tem faturamento. E isso não acontece só no Paraná. Também o Porto de Santos enfrenta problema semelhante, ano após ano. “Com os caminhões parados, as transportadoras têm dificuldade em receber indenizações de estadias, que não cobrem os custos dos veículos parados. Os reflexos desse gargalo prejudicam o agricultor, a agroindústria e aumentam o custo dos produtos exportados. Mais um item do chamado Custo Brasil. Este é um problema que precisa ser resolvido com urgência por todos os componentes da cadeia logística, com o apoio do governo”, afirma.
O Diretor do Setcepar comenta um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) que informou que se o comércio internacional continuar em alta, os portos poderão não dar conta da demanda em dois anos. A pesquisa ainda aponta que para resolver os gargalos atuais, seriam necessários R$ 42,88 bilhões, que deveriam ser aplicados em construção, ampliação e recuperação de áreas portuárias, obras de acessos terrestres, dragagem e derrocamento, entre outras melhorias. “Contamos com uma infraestrutura portuária que não recebe atenção há anos. Se não queremos sofrer um apagão logístico precisamos com a máxima urgência de recursos aplicados neste segmento”, finaliza.
Perfil do Setcepar
Criado em 1943, o Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas no Paraná (Setcepar) representa 5.000 empresas de transporte de cargas em 265 cidades do estado. O Setcepar oferece aos associados diversos serviços e eventos, para debater e fomentar melhorias no setor, e no relacionamento das empresas entre si e com demais setores da sociedade.
Fonte:Paranashop
PUBLICIDADE