As marés vivas dos últimos dias puseram totalmente a descoberto o maior assoreamento que alguma vez se registou no interior do portinho de Vila Praia de Âncora. São dezenas de milhares de metros cúbicos de areia que as correntes e o mar introduziram no porto de abrigo dos pescadores, criando um enorme banco de areia.
Os pequenos barcos de pesca dispõem apenas de um estreito canal entre a extremidade norte do monte de inertes e um dos pontões do porto, pelo qual navegam com algum cuidado. As embarcações de maior calado não entram.
Ontem mesmo, iniciou-se uma operação de dragagem de 30 mil metros cúbicos de areia a depositar no mar, no designado "banco de Magalhães", a noroeste do Forte do Cão, a escassas centenas de metros da entrada do porto de abrigo. Dessa forma, prevê-se que as areias serão arrastadas para a praia dos Caldeirões, contribuindo para a fixação natural do cordão dunar, alvo de erosão durante os temporais deste Inverno.
Contudo, a quantidade de inertes previstos extrair do porto nesta empreitada, consignada por 278 mil euros, é manifestamente insuficiente para os remover totalmente, assegurou Vasco Presa, presidente da Associação de Pescadores de Vila Praia de Âncora.
Aquele pescador considerou que "não é em seis semanas, com apenas uma draga de colher" como a que está a ser utilizada, que o monte de areia desaparecerá.
Inicialmente, o Instituto Portuário e Transportes Marítimos previa extrair 70 mil metros cúbicos através de um concurso público que orçaria o meio milhão de euros, mas restrições orçamentais reduziram a obra para menos de metade. (Fonte: Jornal de Notícias/IDA)
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