SALGUEIRO (PE) - O presidente Lula pode desembarcar em Pernambuco mais uma vez, na semana que vem, para visitar o Complexo Industrial Portuário de Suape. Pelo menos é o que espera o presidente do Porto e secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Fernando Bezerra Coelho, que esteve em Salgueiro representando o governador Eduardo Campos, proibido de participar do evento por conta da legislação eleitoral. “Se Deus quiser, Vossa Excelência vai estar no dia 27 em Suape para fiscalizar as obras da Refinaria (Abreu e Lima) e arrancar da Petrobras alguma notícia para o Polo Petroquímico”, dirigiu-se.
Por sinal, o balanço de Bezerra Coelho sobre a Transnordestina em Pernambuco é positivo. Segundo ele, dos 880 quilômetros que passam pelo Estado, 630 quilômetros estão em obras, empregando 5,5 mil pessoas. Até dezembro, serão 750 quilômetros com os serviços a pleno vapor. Ainda de acordo com ele, 92% do traçado pernambucano está desapropriado e liberado para os trabalhos. Isso quer dizer que boa parte dos proprietários de terrenos e imóveis já obteve imissão de posse. Os maiores problemas dizem respeito à parte que cruza Suape, que precisou de alterações no projeto, o que implica em desapropriações que não estavam previstas no início.
Desapropriar envolve também questões étnicas e culturais da população. A comunidade Fazendinha, em Custódia, está aflita. É que a Igreja de São Luiz Gonzaga, construída no século 18, está prestes a ser demolida. A identificação da população com o templo é grande, pois ele chegou a ser usado para enterrar escravos e quilombolas. Por mais que a relutância seja forte, o prefeito do município, Nemias Gonçalves de Lima, reconheceu que não há mais o que fazer. A Odebrecht construiu uma nova igreja, que pode ser inaugurada neste domingo. Questionado se o entrave não poderia provocar mais um atraso nas obras, o prefeito preferiu afirmar que sua situação é de intermediador. “O importante é que a cidade está crescendo. A arrecadação de ISS (Imposto Sobre Serviços) subiu cerca de 1.000%”, disse.

Fonte: Folha de Pernambuco