A Marinha do Brasil autorizou o Poto de Suape (PE) a receber embarcações de grande porte com calado superior a 15 metros. A autorização é consequência da homologação da dragagem do canal externo, que passou a ter profundidade de 20 metros. Antes dela, navios com calado superior a 12,8 metros dependiam de condições específicas de maré para acessar o porto.
Agora, embarcações com calado superior a 15 metros podem atracar sem restrições, o que traz maior previsibilidade ao planejamento, reduz o número de manobras e amplia o aproveitamento da janela de atracação. A dragagem, iniciada em 1º de dezembro de 2023, foi terminada em abril de 2024, custou R$ 140 milhões e removeu 1,7 milhão metros cúbicos de sedimentos.
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De acordo com a autoridade portuária do Complexo de Suape, o aprofundamento do canal amplia a competitividade do terminal vai atrair investidores. Com a autorização, explicou a empresa, o porto poderá receber embarcações de classe mundial, como o Suezmax, navio-tanque com calado de 17 metros e capacidade de transportar até 175 mil toneladas.
O diretor-presidente do Complexo de Suape, Armando Monteiro Bisneto, disse que considera a autorização o início de uma nova etapa para o porto, que já lidera no Brasil a movimentação de granéis líquidos. “Suape melhora significativamente as condições de trafegabilidade, o tempo de espera para atracação de navios de grande porte e agrega mais valor às operações, com as embarcações podendo atracar em segurança com capacidade máxima de carga”, explicou.
Ele previu que a eliminação de restrições operacionais e a entrada de navios de maior porte vão aumentar o número de escalas, o volume de carga movimentada por atracação e o uso eficiente da infraestrutura disponível. “Com a nova profundidade homologada, Suape eleva sua atratividade para operadores portuários, indústrias e investidores do setor logístico e naval, gerando aumento da arrecadação com tarifas de uso da infraestrutura aquaviária e terrestre”, disse Bisneto.
O complexo passa agora pela dragagem do canal interno, iniciada em 29 de agosto deste ano. A obra está orçada em R$ 217 milhões, dos quais R$ 100 milhões do Ministério de Portos e Aeroportos, via PAC3, e R$ 117 milhões de recursos do estado. O trabalho vai elevar a profundidade do canal para 16,2 metros e remover 3,8 milhões de metros cúbicos de sedimentos. 0 contrato inclui a dragagem da bacia de evolução e dos píeres de granéis líquidos 3A e 3B, até atingir 18,5 metros de profundidade.