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Tancagem é adiada e deve operar em 2016

A transferência da tancagem hoje localizada na retroárea do Porto do Mucuripe para o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp) não ocorrerá mais neste ano, como estava previsto. A expectativa agora é que, no cenário mais otimista, o novo terminal esteja operacional em 2016, segundo informou ontem o presidente da Companhia Docas o Ceará (CDC) - responsável pela administração do porto da Capital -, Paulo André Holanda.

Com a transferência da tancagem, todo o recebimento de asfalto e combustíveis sairá do Mucuripe e passará para o Cipp Foto: divulgação

"A obra de transferência ainda não iniciou e, quando iniciar, deverá tomar dois anos até sua conclusão. Portanto, se começar este ano, só será entregue em 2016. Se for no ano que vem, só sairá em 2017", explicou durante a abertura do ´Diálogos Capitais´ - evento da revista Carta Capital e do Instituto Envolverde, que aconteceu ontem no Centro de Eventos discutindo a logística dos portos no Nordeste.

De acordo com presidente da Docas do Ceará, o decreto para a mudança da tancagem do Mucuripe para o Pecém existe desde o período do governo Tasso, tendo sido renovado na gestão de Lúcio Alcântara e, em seguida, na de Cid Gomes.

Caixa da Petrobras adiou

"Isso não depende somente do Governo do Estado. É mais pro conta de Petrobras, que parou o projeto por restrições de caixa", esclareceu. Holanda afirmou que o Porto do Mucuripe continua apto para o recebimento dos navios petroleiros, contudo, o problema está na retroárea, onde fica a tancagem, que não tem como ampliar, estando numa área próxima a residências, no bairro Serviluz.

"A gente hoje tem pouco tempo de armazenamento na tancagem existente. Ela pode ir de sete a dez dias, quando poderia ser de um mês, no caso do projeto do Pecém", justifica. Com a transferência, todo o recebimento de asfalto e demais combustíveis, hoje feito no Mucuripe, ocorrerá no Pecém. Para isso, também deverá ser criada toda a infraestrutura de tubovias na nova localidade. Além da Petrobras, outras quatro empresas, que também possuem tanques de combustíveis no Mucuripe, também serão transferidas.

Arrendamento

O presidente do CDC informou ainda que o estudo para o arrendamento da estação de passageiros em construção no Porto do Mucuripe já se encontra na Agência Nacional de Transportes Rodoviários (Antac).

"A expectativa é de que em março seja lançado o edital para a chamada pública do arrendamento. Será uma licitação internacional, e dará concessão por 25 anos da estação", informou, acrescentando que, caso não haja recursos judiciais no certame, o processo deverá estar concluído em um prazo e dois a três meses. "E, se não estiver pronto o processo, a Docas irá operar a estação", disse.

Linha Cabo Verde

Depois e ter sido adiada do dia 10 de dezembro passado para 15 de janeiro último, a recém-criada rota marítima Ceará-Cabo Verde teve sua primeira remessa de produtos mais uma vez reprogramada. Segundo Holanda, por conta de alguns empresários que não conseguiram finalizar sua carga a tempo, a rota só sairá, desta vez, em fevereiro.

O navio que fará a linha, entretanto, já está fretado. No embarque, deverão ser transportadas, pelo menos, 2.500 produtos para o país africano.

´Portos ainda no tempo da vela´

O diretor de Políticas Estratégicas da Confederação Nacional de Indústrias (CNI), José Augusto Coelho Fernandes, criticou ontem a estrutura precária de determinados portos do País. "Em alguns portos brasileiros é como se ainda estivéssemos no tempo da vela: eu não consigo garantir tempo, eu não consigo garantir horário. E isso é traduzido para o custo da mercadoria e reduz sua competitividade", disse, durante palestra proferida no seminário Portos - Infraestrutura e Logística para o Desenvolvimento do Nordeste.

Fernandes acrescentou que a CNI elaborou um estudo para identificar os principais pontos estratégicos para a melhora na infraestrutura do Nordeste, dos quais se destacam nove eixos, 83 obras e cerca de R$ 26 bilhões a serem investidos até 2020.

Entre as intervenções, estão a rodovia Barreiras-Fortaleza (BR-020), a integração hidroferroviária entre Barreiras e Suape, a nova Transnordestina ligando Balsas ao porto de Pecém, a ferrovia Barreiras-Ilhéus, o trecho da ferrovia Juazeiro do Norte-Suape e Balsas-Vila do Conde.

Financiamentos

Ao mesmo tempo em que atraem empreendimentos de grande porte e diversas empresas prestadoras de serviço, portos nordestinos também têm recebido mais atenção por parte de instituições financeiras, as quais veem no desenvolvimento dos ancoradouros oportunidades para expandir os investimentos nos próximos anos.

"A gente vê o Porto do Pecém com muito bons olhos. É um ativo de fato estratégico e, por isso, o banco tem esse porto como um dos principais ativos para a concessão de financiamentos e apoio financeiro", ilustra Cleverson Aroeira da Silva, chefe do Departamento de Operações Logísticas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Cleverson aponta o financiamento de R$ 630 milhões, anunciado neste mês pelo BNDES, para a ampliação do Porto do Pecém como um dos exemplos da relação entre os portos e as instituições financeiras. Os R$ 630 milhões serão utilizados nas obras da segunda etapa de expansão do Terminal de Múltiplo Uso (Tmut) do porto.

Entorno

De acordo com o superintendente da Área de Análise e Administração de Crédito do Banco do Nordeste (BNB), Cançado Thomé, também tem sido significativa a procura por financiamento de empresas que buscam se instalar no entorno dos principais portos.

No caso do porto de Suape, afirma o superintendente, empresas do segmento de logística e serviços estão entre as que mais têm buscado suporte financeiro junto ao BNB. Em relação ao Pecém, destaca, a situação é semelhante, embora em menor proporção. Thomé diz acreditar, contudo, que, com o desenvolvimento do terminal portuário, também seja ampliada a demanda por financiamentos.

Fonte: Diário do Nordeste (CE)/SÉRGIO DE SOUSA






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