O Tecon Rio Grande, a companhia marítima sul-coreana Hyundai Merchant Marine (HMM) e a operadora de feeder cingapuriana Bengal Tiger Line (BTL) firmaram acordo para a integração de um serviço alimentador na América do Sul.
A cooperação visa aprimorar a eficiência dos serviços prestados aos embarcadores do sul do Brasil, Argentina e Uruguai. A solução anunciada envolve a integração de um serviço alimentador (feeder), projetado para a transferência de cargas entre portos menores e um terminal concentrador (hub), com uma rota direta e otimizada entre a Ásia e a América do Sul.
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Pela primeira vez, um porto no sul do Brasil será a primeira escala na costa leste do continente para uma rota direta da Ásia, assegurando assim tempos de trânsito mais rápidos para cargas tanto da região sul quanto dos mercados do Prata.
Segundo a Wilson Sons, proprietária do Tecon Rio Grande, a colaboração é uma resposta inteligente às restrições estruturais enfrentadas pelos países vizinhos ao Brasil. A profundidade reduzida dos canais que levam aos portos da Argentina e do Uruguai limita a apacidade de carregamento das embarcações de médio porte que atendem a costa leste da América do Sul, forçando-as a realizar escalas duplas ao longo da costa brasileira, em portos como Santos, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina, para aliviar a quantidade de carga e permitir a navegação para os terminais em Buenos Aires e Montevidéu.
A restrição de profundidade também impede a entrada da nova geração de navios New Panamax, que não conseguem atracar nas instalações argentinas e uruguaias. Essa realidade representa um grande desafio para a conectividade da região com os principais mercados do mundo — Ásia, Europa e Estados Unidos.
A adoção de navios feeder para servir os portos do Prata é uma solução que possibilita que embarcações de grande porte se dediquem aos portos brasileiros mais profundos, como Rio Grande. Esse arranjo permite o aproveitamento integral da capacidade de carregamento dos navios e traz ganhos de eficiência e economia de custos para armadores e embarcadores.
Essas vantagens incluem o emprego de navios maiores, como a classe New Panamax que chegou recentemente ao Brasil, maximizando a quantidade de carga transportada por viagem. A redução dos tempos de trânsito e eliminação de escalas duplas são ganhos também esperados.
"Isso não apenas ajuda a reduzir os custos operacionais, mas também facilita o tráfego nos portos brasileiros, melhorando a utilização dessas infraestruturas essenciais para o dinamismo econômico do país", destaca a Wilson Sons em nota.
Novo serviço
O novo serviço semanal da HMM, o Far East-India-Latin America Service (FIL), conta com 12 navios fazendo escalas regulares em Rio Grande e uma capacidade total de aproximadamente 64 mil TEUs. A rota foi projetada para atender às necessidades de exportadores e importadores do sul do Brasil, além de conectar embarcadores uruguaios e argentinos aos mercados asiáticos. O navio feeder, de Cingapura, o "Tiger Plata", possui uma capacidade de transporte de 1,7 mil TEUs e também fará escalas semanais.
A operação terá início com a partida da embarcação "Hyundai Grace" do porto sul-coreano de Pusan, nesta terça-feira (16), chegando em Rio Grande em 25 de maio.