Implantação do serviço vai fazer com que o tempo de importação saia de 55 dias para 41 dias
O primeiro navio da linha de navegação que vem direto dos portos da Ásia para Suape vai atracar no porto pernambucano na próxima quarta-feira, dia 10. É o Cap Jackson, navio da Hamburg Süd-Aliança. “Suape está entrando numa briga internacional, porque grande parte desse transbordo (quando a carga é transferida de um navio maior para outras embarcações menores) era feita no Panamá”, afirmou o gerente regional Nordeste da Hamburg Süd-Aliança, Norbert Bergmann.
Geralmente, as linhas que vêm da Ásia fazem o transbordo no Panamá, em Santos (em São Paulo) ou em Sepetiba (no Rio de Janeiro). Esse transbordo deve migrar para Suape, quando os produtos que saem da Ásia têm como destino o Norte, Nordeste e Vitória, do Espírito Santo, segundo Bergmann. “Essa rota poderá transportar muitos eletrônicos que vão para Manaus”, acrescentou.
A implantação do serviço vai fazer com que o tempo de chegada das mercadorias vindas da Ásia seja menor. “Hoje, são 55 dias de viagem para uma importação que venha daquele continente faça o transbordo em Santos e chegue a Pernambuco. Quando o serviço estiver operando, esse prazo será de 41 dias”, argumentou.
O vice-presidente de Suape, Frederico Amâncio, disse que a expectativa é de um aumento de 10% na movimentação de contêiner no porto com a nova linha. Este ano, a previsão é que cerca de 400 mil contêineres passem por Suape. O novo serviço terá 11 navios e, anualmente, vai trazer um impacto de mais de 50% na quantidade de escalas de embarcações realizadas na estatal.
A implantação da linha também consolida uma parceria da Hamburg Süd-Aliança com outra gigante do setor, a Maersk, que sempre ofereceu mais serviços no Porto de Pecém, no Ceará, porque opera o terminal de contêineres daquele equipamento.
O forte da nova linha de navegação será a importação de lugares como China, Hong Kong e África. “Esta linha pode se tornar um grande canal de exportação e Suape vai ganhar grandes clientes que exportam”, defendeu Bergmann. A empresa está acertando os detalhes para usar os contêineres da nova linha para exportar para o Japão cerca de 4 mil toneladas de pluma e linter (a fibra) de algodão, anualmente, que serão produzidos no oeste da Bahia.
O produto vai sair de Ibotirama (na Bahia) pelas barcaças do São Francisco, depois será alfandegado no Porto de Petrolina, onde deve embarcar em caminhões com destino a Suape. “Com o tempo, vai vir mais algodão produzido no Sul do Piauí e do Maranhão”, comentou.
Inicialmente, a linha usará navios de segunda geração, que podem transportar até 6 mil TEUs, unidade que equivale a quantidade de carga que pode ser transportada num contêiner de 20 pés. “Já compramos equipamentos que vão ser usados para operar os navios de terceira geração, que comportam até 9 mil TEUs”, argumentou o presidente do Terminal de Contêineres do Porto de Suape (Tecon-Suape), Sérgio Kano. Quando a linha se consolidar, as empresas colocarão navios maiores. O Tecon-Suape também usará, com a autorização do porto, o cais público – que é vizinho dos dois cais operados pela empresa – para fazer a movimentação da nova linha.
Fonte: Jornal do Commercio (PE)/Angela Fernanda Belfort
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