O ministro da Secretaria Especial de Portos (SEP), Helder Barbalho, afirma que os terminais de grãos da Ponta da Praia, em Santos, serão obrigados a implantar tecnologia avançada para impedir a poluição e o consequente risco à saúde da população vizinha. A garantia foi dada na quinta-feira(12), para A Tribuna, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na Capital. No local, o ministro participou de reunião com empresários e lideranças do setor portuário.
“Há um acordo feito para que a operadora faça investimento em tecnologia de ponta, com modalidade de operação que não mais permita a emissão de grãos no entorno da operação portuária. A união entre a Prefeitura e o Governo Federal garante a fiscalização”, disse o ministro.
A questão foi debatida por Barbalho no encontro que teve ontem, na sede da Fiesp, com o prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB). O chefe do Executivo municipal ratificou a posição da Cidade, contrária ao funcionamento desses terminais. A Prefeitura, inclusive, ingressou com ação judicial, que está em curso, para tentar impedir a atividade.
“Reforçamos aqui as nossas preocupações com o impacto da operação de grãos e há um compromisso do ministro de, até o início do próximo mês, apresentar a cronologia das intervenções que serão feitas na Ponta da Praia, para minimizar esses impactos. A Cidade quer acompanhar, fiscalizar e tomar suas posições em relação ao que será feito”, frisou o prefeito.
Segundo o ministro, a empresa que já opera grãos nas proximidades do bairro já foi avisada para que, o quanto antes, sejam mitigados os problemas gerados. Ele diz, porém, que o contrato para a renovação do arrendamento, em andamento, prevê várias melhorias.
Poluição causada pelos terminais foi debatida por Barbalho (à esq) em reunião com Barbosa (centro)
Barbosa, entretanto, diz que a Prefeitura manterá o processo na Justiça, independentemente das questões administrativas que possam surgir. “A nossa posição é contrária à forma como se encontra. O ministro se comprometeu a apresentar as exigências, porque até então o arrendatário dizia que o contrato estava na fase final e portanto os investimentos apontados não era possíveis de serem feitos. Agora existe uma renovação, com mais de duas décadas de contrato”.
O prefeito afirmou não aceitar mais justificativas para frear investimentos necessários por parte da empresa. “Devem ser feitos de forma imediata. A Cidade não pode suportar um novo ciclo de operação nessa situação. O que foi apresentado (pelo ministro) em tese é bom, mas queremos ver na prática”.
Fonte: A Tribuna
PUBLICIDADE