A Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Ceará negocia a instalação de mais três novas empresas do ramo de granito na área reservada a ela no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp) e almeja ainda a criação de um cluster do segmento dentro da área alfandegada da ZPE, segundo informou a gerente Comercial do equipamento, Candice Westgate.
O setor de granito compra muito do mercado nordestino e cearense, informa a ZPE Foto: José Leomar
Para isso, ela revelou que está sendo preparada uma expansão da área de aduana, destinada ao armazenamento e despacho de cargas no Pecém.
"É um setor bastante interessante (o de granito), pois é um setor 100% exportador, ou seja, tem uma vocação muito grande para a ZPE. Outra coisa: eles compram muito do mercado Nordeste e do Ceará e a gente torce que possam se transformar em um cluster de empresas dentro da ZPE", afirmou Candice ontem, durante o Encontro de Comércio Exterior (Encomex), que aconteceu no Centro de Eventos do Ceará (CEC).
Origem capixaba
Ela informou que a empresa cearense contactou as duas capixabas, "há mais ou menos três meses, as quais já entraram em contato com o Conselho de Desenvolvimento Econômico do Ceará (Cede) e seguem em negociação. No entanto, a vinda das duas empresas ainda não foi concretizada, de acordo com Cândice, por conta da necessidade da promoção de muitas mudanças nos negócios deles, do Espírito Santo para o Ceará.
"É mais interessante eles (os empresários capixabas) estarem aqui (Ceará) na ZPE que lá (Espírito Santo). Mas acho que é uma decisão de investidor, pois para entrar na ZPE eles vão ter de abrir uma nova empresa para se instalar dentro do terreno, novo CNPJ, construir uma nova indústria e isso não é uma decisão que eles tomem da noite pro dia", analisou, garantindo que os empresários "estão convencidos que a entrada na ZPE do Ceará é uma excelente oportunidade para eles". No total, Candice disse estar negociando com seis empresas, ou seja, mais três outras de "setores diversos" têm interesse em vir ao Ceará desfrutar dos benefícios fiscais da ZPE.
Zona de Processamento conta com cerca de 570 hectares alfandegados pela Receita, onde estão serão instaladas a CSP e a Vale Pecém Foto: Bruno Gomes
Expansão
Atualmente, a Zona de Processamento conta com cerca de 570 hectares devidamente alfandegados pela Receita Federal, onde serão instaladas a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) e a Vale Pecém.
Em processo de instalação para a mesma área está a Durametal, o que deixa o equipamento cearense com quase quatro mil hectares disponíveis para novos projetos. É sobre esta área que o estudo de ampliação será desenhado, só resta saber por onde começar, de acordo com o dito pela gerente comercial da ZPE.
"A gente tem que saber da demanda, pois o governo não pode investir sem o sinal de instalação, e também tem que conversar com a Receita Federal para saber o quanto de área ela vai poder atender porque precisa ter postos e pessoal da Receita lá dentro", observa.
Infraestrutura necessária
O processo de tornar a área da Zona de Processamento uma alfândega, inclusive, foi o principal gargalo da ZPE do Ceará. Apesar de o equipamento ser a primeira zona alfandegada do País com indústrias atualmente em instalação, ele acabou sofrendo mais de três atrasos na data de inauguração devido às exigências da Receita Federal para com a estrutura.
Para a expansão, ainda sem data definida, Candice Westgate disse que a equipe da ZPE trabalha na estrutura necessária, "para saber se é preciso construir uma nova estrada, uma ponte, e também prover cercamento, monitoramento e levar o projeto também para o Conselho Nacional de ZPE´s".
Fonte: Diário do Nordeste (CE)/ARMANDO DE OLIVEIRA LIMA
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