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Artigo - A participação da mulher na logística frigorificada

Desde o início das atividades de logística no Brasil, o mercado, de uma maneira geral, foi dominado por homens na liderança. A partir da segunda metade dos anos 1990, a logística passou a ter uma função mais tática e menos operacional, deixando de ser braçal para ser mais estratégica e planejada. Por conta disso, as mulheres começaram a entrar neste mercado com um destaque importante. Hoje, elas também estão presentes nesse segmento predominantemente masculino.

Eu comecei a trabalhar aos 16 anos na Companhia Brasileira de Materiais Ferroviários (Cobrasma), depois me formei em Educação Física e Pedagogia, mas acabei encontrando na logística minha verdadeira vocação. Me apaixonei pelo segmento desde o início e sempre busquei melhoria constante no setor.

Quando tomei a decisão de mudar de profissão foi muito desafiador, pois tinha dois filhos ainda pequenos. Hoje eles já são adultos, o que torna tudo mais fácil. Acredito que o respeito não só dos homens, mas também de outras mulheres, pode tornar essa jornada menos penosa. O julgamento quanto à decisão da mulher de trabalhar fora ou em casa é extremamente influenciador.

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Entre os anos de 1989 e 2005 avancei no segmento de varejo e frigoríficos, trabalhando como representante comercial e, logo, fundei a Vip Carnes, empresa atuante no setor frigorificado e de açougues, atendendo o Brasil inteiro.

Em 2006 fundei a ConfianceLog, minha atual empresa, um operador logístico com foco na armazenagem e no transporte de produtos refrigerados, congelados e agora secos. Este segmento ainda tem grandes lideranças encabeçadas por homens, mas isso já está mudando. Acredito que as mulheres vão começar a ocupar cargos mais altos nesse setor. Isso vai acabar se tornando uma tendência e acho importante que essa pauta seja cada vez mais inserida em todos os ambientes da sociedade. Apesar de o meu setor mostrar uma boa aceitação, a importância da mulher na sociedade ainda é vista de maneira diferente em diversos ambientes. Temos evoluído, mas percebemos que, de maneira geral, os grandes salários ainda são para os homens. Especificamente na logística, a participação da mulher ainda é algo restrito e reduzido em relação aos outros setores e em termos de percentual.

O setor da cadeia do frio é bastante maduro e respeitoso, independente do gênero. Minha relação com os players do segmento, assim como com meus clientes e fornecedores, sempre foi muito positiva, e arrisco dizer que alguns deles expressam admiração por mulheres que tiveram motivação para seguir nesse caminho. Nunca me senti acuada e nem discriminada. Sempre tive o respeito dos homens.

Hoje o quadro de colaboradores gerenciais da ConfianceLog é composto 50% por homens e 50% por mulheres. Todos os nossos colaboradores possuem um espaço aberto. Construímos uma empresa democrática, que dá oportunidades e valor a todos. Buscamos sempre aprimorar os nossos processos, entregando excelência e sustentabilidade nos negócios. Vamos continuar trabalhando e disponibilizando cada vez mais espaço e especialização no nosso segmento.

Rosemary PanossianRosemary Panossian é CEO e fundadora da ConfianceLog, operadora logística especializada na cadeia fria



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