O ano de 2022 foi desafiador para todos os setores da economia, com impactos relacionados à pandemia e à Guerra da Ucrânia. Mesmo com tantas dificuldades, o Brasil obteve resultados positivos na balança comercial, com variação positiva de 23,4% entre janeiro e novembro, na comparação com o mesmo período do ano passado — conforme dados do Ministério da Economia. E se este desempenho foi bastante satisfatório, há um conjunto de fatores que traz expectativas ainda melhores para o próximo ano.
Do ponto de vista das exportações, um dos aspectos mais favoráveis é o regime de drawback na modalidade suspensão, que a partir do dia 1º de janeiro também passará a valer para os serviços relacionados à logística de produtos destinados à exportação.
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Outro aspecto relevante diz respeito às empresas optantes pelo Simples Nacional: pela primeira vez, elas poderão aproveitar os benefícios do regime de drawback na importação, graças à Portaria Conjunta SECINT/RFB nº 76/2022.
Essas alterações na legislação devem ter um efeito sobre o mercado interno a médio e longo prazos. No entanto, a partir de 2023 já será possível medir o comportamento dos empresários, que poderão também usufruir de simplificações de operações e benefícios aos produtos nacionais que, desta forma, poderão chegar a novos públicos consumidores, em países ainda não alcançados pelas exportações brasileiras.
Por sinal, a ampliação dos mercados estrangeiros deve ser outra variável positiva, pois o novo governo federal promete expandir o relacionamento com nações que nos últimos quatro anos estiveram fora da pauta.
No entanto, também há grandes entraves, como as perspectivas para a economia mundial, que pode enfrentar nova onda de recessão, desaquecimento e aumento de inflação, e do panorama das finanças no país, que terá uma nova gestão com antigos problemas, como o enfrentamento dos índices de desemprego e o equilíbrio fiscal. A expectativa é que apesar dos desafios, o governo federal sustente as iniciativas favoráveis às importações e às exportações, para que o país recupere seu lugar de destaque no comércio internacional.
Augusto Fernandes é CEO da JM Negócios Internacionais