A gestão da continuidade de negócios é novidade às áreas operacionais, aliás, por esta nomenclatura poucos conhecem, há quem se sinta mais confortável com o título “plano de contingência”, porém, trata-se apenas de um dos planos do sistema mitigatório em casos de cenários potencialmente impactantes.
O assunto não é novidade aos profissionais da Tecnologia da Informação, isso devido a baixa tolerância à indisponibilidade dos processos que estão envolvidos e, de maneira crescente, há a busca da certificação na ISO 22301:2012 Segurança social - Sistemas de gestão da continuidade de negócios, comprovando sua capacidade de resposta a cenários desfavoráveis.
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Mas afinal, do que trata esse assunto e em o que ele pode agregar valor na cadeia logística?
A gestão de continuidade de negócios, em suma, visa estabelecer antecipadamente ações, através de protocolos, a serem tomadas em cenários de emergência, crise e contingência. A diferença entre essas três denominações está no momento em que o cenário encontra-se e em que nível “hierárquico” está, sendo assim, podemos definir:
Emergência: Cenários que abordam situações objetivas, onde, a preocupação é sanar e, se possível, eliminar a “sangria desatada”, sendo assim, deve prever as ações a serem tomadas nos primeiros momentos da concretização do cenário prospectado.
Crise: Visa estabelecer previamente ações para cenários onde, a emergência possui potencial para afetar, ou já está afetando, a imagem e a reputação da empresa.
Mário Souza, especialista em Riscos Corporativos, atualmente é colaborador do terminal portuário Ecoporto Santos. Possui graduação em administração de empresas, extensão com certificação em Master Business Security (MBS) e MBA em Gestão de Riscos Corporativos. É 1º tenente R2 de Cavalaria do Exército Brasileiro.
Contingência: De teor estratégico e envolvendo custos, o plano de contingência traça ações para cenários desruptivos e que afetam profundamente o core corporativo.
Podemos resumir da seguinte forma:
Os planos devem se amparar levando em consideração dois aspectos:
1. A identificação dos processos críticos através de um Business Impact Analysis, estabelecendo prioridades; e,
2. Uma análise de riscos corporativos para, antecipadamente, identificar, analisar e avaliar a criticidade dos riscos.
Os riscos de maior criticidade, levando em consideração os processos onde estão inseridos, devem possuir protocolo para resposta a emergência, o plano de crise deve estar moldado a realidade da empresa e o plano de contingência deve estar pautado em todas essas premissas revertendo para assuntos estratégicos.
A elaboração dessa estrutura é, de fato, um investimento valioso para o sistema logístico, pois, tratando-se de um mercado extremamente dinâmico, o custo de um processo crítico paralisado é normalmente muito alto e, em muitos casos, representa o fim da empresa.
Existem cases de sucesso, porém, no Brasil, existem diversos cases de insucesso. Este triste cenário ocorre, pois, a cultura do brasileiro é reativa, não valorizando o trabalho preventivo por se tratar de uma simples suposição que “quase nunca acontece” e, além desse fator, ser extremamente abstrata. É fato que, paulatinamente, o mercado vem valorizando este assunto, pois, reflete a
sustentabilidade corporativa, assunto que está na pauta dos grandes investidores.
Mário Souza, especialista em Riscos Corporativos, atualmente é colaborador do terminal portuário Ecoporto Santos. Possui graduação em administração de empresas, extensão com certificação em Master Business Security (MBS) e MBA em Gestão de Riscos Corporativos. É 1º tenente R2 de Cavalaria do Exército Brasileiro