A Marathon Petroleum Corporation (MPC) anunciou recentemente a fusão com a Andeavor (ANDV), criando a maior empresa de refino e distribuição de produtos de petróleo dos EUA, com capacidade de refino superior a três milhões de barris dia.
Pelos termos do acordo de fusão, a Marathon vai adquirir a Andeavor por US$ 23,3 bilhões. A Marathon terá 66% do controle e a Andeavor 34% na nova empresa. A operação ainda depende de aprovações de acionistas e entes reguladores do mercado. As empresas são complementares em suas operações, a Marathon no centro dos EUA e no Leste, a Andeavor no Oeste.
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A fusão deverá ter impacto no Brasil, já que a nova Marathon amplia sua capacidade de refino e conquista ganhos de escala, estimando exportações de produtos derivados (diesel, gasolina e gás) em 510 mil barris por dia de petróleo para a América Latina, com destaque para o México, Venezuela e Brasil, em 2020. A IEA (International Energy Agency) registra exportações totais de produtos derivados dos EUA em volume de um milhão de barris por dia, em janeiro de 2018.
Contribui para isso a política do governo dos EUA, o valor competitivo do petróleo e gás produzido, a escala e produtividade das refinarias. A Petrobras, no Balanço de 2017 recém-divulgado, registra o aumento da competição com produtos refinados importados, principalmente dos EUA. Informa sua produção em 1,8 milhão de barris por dia de derivados. O maior impacto com os negócios locais será na competição com a BR Distribuidora, Raízen e Ipiranga, que representam cerca de 60% do suprimento ao mercado.
A expansão exportação de derivados de petróleo dos EUA ao Brasil deve aumentar e criar demanda por tancagem em terminais portuários.
Por Ivan Leão, diretor da Ivens Consult