Por Wilen Manteli
• A falta de dragagem dos acessos aos portos e das hidrovias vem se constituindo num dos principais gargalos à plena utilização do transporte por água no Estado, representando grave fator de elevação do nosso custo logístico. Preocupadas com a falta de solução para o problema, entidades e empresas gaúchas mobilizam-se na busca de alternativas baseadas em modelos bem-sucedidos implementados no exterior.
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É o caso, por exemplo, do adotado pela Argentina na bacia do rio da Prata, numa sistemática similar ao que ocorre entre nós no transporte rodoviário, em que os navios que usam aquela estrutura aquaviária pagam um "pedágio" à concessionária. Os recursos arrecadados não ingressariam nos cofres públicos (leia-se caixa único) sendo aplicados na manutenção do calado e na segurança da navegação.
Tal modelo, que pode ser caracterizado como uma autêntica 'dragagem de resultado', caberia como uma luva tanto para aplicação nas hidrovias internas como no porto de Rio Grande - este, por sinal atualmente às voltas com a ameaça de 'apagão' no escoamento da safra de grãos devido precisamente à insuficiência de calado.
A experiência argentina, que está a cargo da empresa Jan de Nul, uma das principais operadoras mundiais da área de dragagem e serviços marítimos, é uma das opções a considerar mas outras igualmente devem ser avaliadas. O que não pode continuar é esse problema crônico e o imobilismo atual, sendo urgente a conjugação de esforços das autoridades governamentais e da iniciativa privada para a superação deste lamentável impasse.
Wilen Manteli é Coordenador da Associação Brasileira dos Terminais Portuários