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Perdas da Petrobras na construção de petroleiros e cascos de FPSOs somam R$ 4,5 bilhões

O balanço de 2017 da Petrobras revela perdas e aumento de despesas líquidas que somam R$ 4,532 bilhões nos projetos de construção naval no Brasil. As obras se referem a navios petroleiros e cascos de FPSO, em contratos com Eisa-PetroUM, Estaleiro Atlântico Sul, Ecovix-Engevix Construções Oceânicas, Enseada Indústria Naval e Estaleiro Rio Tiete.

 Perdas Petrobras

Navios petroleiros

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A Transpetro decidiu pela “hibernação por tempo indeterminado” de três navios petroleiros Panamax, com construção paralisada no Estaleiro Mauá, no contrato entre a Transpetro (Promef) e a SPE (sociedade de propósito específico) Eisa-PetroUM, reconhecendo perdas no valor de R$ 364 milhões. O balanço de 2017 faz o histórico de perdas reconhecidas de R$ 798 milhões, referentes à retirada do conjunto de embarcações de transporte fluvial no estaleiro Rio Tietê e garantias para a construção de cinco navios Aframax, cancelados no Estaleiro Atlântico Sul (EAS-PE). 

Cascos de FPSOs e a conta vinculada

A construção de cascos de plataformas de produção de petróleo contratadas ao Ecovix (cascos P-66 a P-73) e conversões ao Enseada (cascos P-74 a P-77) apresentaram, no último trimestre de 2015, as dificuldades financeiras dos fornecedores. A continuidade das obras, necessárias ao Plano de Negócios da Petrobras, foram mantidas com a criação da sistemática de “conta vinculada”, que envolvia o adiantamento de recursos para garantir evolução física dos projetos. No Ecovix possibilitou a conclusão do casco da P-67, a retomada das obras do casco P-69 (ambos transferidos para a China) e o avanço na obra da P-68. No Enseada assegurou a conclusão do escopo mínimo da conversão dos cascos P-74 e P-76, para conclusão em estaleiro da China, responsável pela finalização da conversão e a integração dos módulos de produção (topsides).

Perdas com cascos de FPSOs

Ao longo do terceiro trimestre de 2016, a “conta vinculada” não era mais eficiente. Atrasos na construção da P-71, P-72 e P-73, no Ecovix, demonstravam incerteza de continuidade. A Petrobras constituiu provisão para perda dos ativos e investimentos de R$ 480 milhões e perdas em direito de uso e benfeitorias realizadas no Estaleiro Rio Grande e outros de R$ 505 milhões. Em 9 de dezembro de 2016, a Petrobras rescindiu o contrato com a Ecovix e assumiu as obrigações para conclusão dos cascos P-66 a P-70, contabilizadas como aumento de despesa líquidas de R$ 764 milhões. No Enseada a sistemática da “conta vinculada” eliminou os riscos da paralisação da construção das P-74 a P-77, realizando adiantamentos no valor de R$ 881 milhões, contabilizados como perda, cobrindo obrigações não cumpridas pelo Enseada por falta de condições econômicas. Para assegurar a conclusão dos cascos P-75 e P-77, o contrato foi transferido para o estaleiro chinês Cosco (Dalian) Shipyard, reconhecendo dívidas pré-existentes no valor de R$ 333 milhões, provisionadas como despesas líquidas no balanço. O Estaleiro Inhaúma, arrendado pela Petrobras e utilizado pela Enseada para conversão dos cascos, recebeu, em 2016, função de centro logístico aos projetos na Bacia de Santos. Com a revisão do escopo do terminal logístico, em 2017, houve o reconhecimento de perdas no valor de R$ 407 milhões, referente a desvalorização do direito de uso das benfeitorias realizadas no estaleiro. O balanço esclarece em parte o histórico dessas operações, faltando uma avaliação sobre falhas gerenciais para que a experiência seja útil como aprendizado.

Ivan Leão é diretor da Ivens Consult



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