A formação de alianças organizacionais com outros Estados a fim de constituir uma integração econômica pode ser considerada uma estratégia habilidosa e perspicaz diante das posições capitalistas globais. A realidade brasileira não é diferente das diversas composições mundiais existentes. Há 30 anos, a formação do Mercado Comum do Sul ergueu-se como um verdadeiro protagonista, atuando através dos incentivos socioeconômicos e sociopolíticos entre seus membros. Entretanto, entende-se que a concorrência de convicções e planejamentos para a realização das melhores práticas de mercado para as conquistas de cada país membro promovem, em muitas ocasiões, debates impetuosos.
O presente artigo tem como propósito realizar a investigação, através do método dialético, das reuniões das Comissões de Especialistas em Transporte Marítimo (CETM) do Mercosul para identificar os principais entraves do governo brasileiro, bem como suas ferramentas estratégicas nos discursos, para as negociações substanciais relativas à subscrição do acordo multilateral de transporte marítimo no bloco econômico. Até julho de 2021, foram realizadas trinta reuniões da comissão e diversas matérias foram pleiteadas e, algumas, com significação heterogênea entre os Estados.
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Como as revisões das pautas recaem sob uma estrutura complexa, na qual se propõe a harmonia de decisões que devem estar alinhadas com o ordenamento interno de cada país, não se pode afirmar que essas decisões são pragmáticas. Desta forma, através dos resultados do estudo aprofundado das estratégias de negociação de conflitos destes cenários, foram verificadas e reconhecidas as adversidades para uma orientação das tendências e predisposições, tendo em vista a avaliação do papel do governo brasileiro nas deliberações examinadas e os maiores bloqueios para assinatura do acordo, que permanece sem previsão de finalização.
Fernanda Barreto Caldas é mestranda em Estudos Marítimos na Escola de Guerra Naval