BRASÍLIA - A Associação Brasileira de Engenharia Industrial (Abemi) informou, em nota, que participou de um grupo de trabalho com a Petrobras para discutir “melhoria das condições de execução dos empreendimentos”, mas negou qualquer ingerência para aprovar ou fechar contratos com a estatal.
“Por mais de 12 anos, a Abemi participou de um grupo de trabalho com a Petrobras, juntamente com a Associação Brasileira de Consultores de Engenharia (ABCE), que tinha caráter técnico e normativo, sem autonomia ou autorização para ir além de propor sugestões”, diz a nota. “O grupo também não podia aprovar mudanças em contratos ou fechar quaisquer tipos de acordo. O objetivo desse grupo de trabalho sempre se concentrou em buscar a melhoria das condições de execução dos empreendimentos, com expressiva redução de acidentes de trabalho, diminuição de custos e aumento de produtividade.”
A nota foi dada em resposta ao depoimento de Fernando de Castro Sá, ex-gerente da área jurídica da Diretoria de Abastecimento da Petrobras, nessa terça-feira, à CPI da estatal. Castro Sá disse que foi afastado do cargo após contestar decisões que foram tomadas pela companhia sob a influência da Abemi. Segundo ele, as minutas de contratos da Petrobras, que eram elaboradas pela área jurídica e submetidas à aprovação da Diretoria, passaram, a partir de 2007, a serem encaminhadas ao crivo dos advogados da Abemi. Com isso, os modelos de contratação da estatal teriam que ser submetidos, antes, aos representantes das empresas que ela mesma contrataria. A Abemi tem entre as suas associadas diversas companhias que fizeram grandes contratos com a Petrobras. Algumas dessas empresas estão sendo investigadas por cartel. Elas negam as acusações.
Fonte: Valor Econômico
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