Após uma queda de 9,5% no faturamento da indústria de máquinas e equipamentos no país no primeiro trimestre, a Abimaq, entidade que representa o setor, diz que não mantém mais a expectativa de que 2014 termine com um valor semelhante ao do ano passado, mas sim inferior. "Tínhamos a expectativa de repetir 2013, mas não temos mais. Mas não creio que a queda poderá ser de dois dígitos", afirmou ontem Mário Bernardini, diretor e economista da Abimaq.
O faturamento bruto da indústria de bens de capital mecânicos foi de R$ 16,3 bilhões nos três primeiros meses deste ano, abaixo dos R$ 18 bilhões do mesmo período de 2013.
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Diferentemente do que vinha acontecendo até o ano passado, houve pela primeira vez em mais de quatro anos uma redução das importações de máquinas e equipamentos no país, de 3,3%, para US$ 7,5 bilhões no primeiro trimestre. Também diferente do que vinha acontecendo, as exportações subiram 28% e somaram US$ 3,2 bilhões de janeiro a março, o melhor resultado para o trimestre da série histórica. O número foi puxado pelo forte aumento nas vendas para Europa (32%) e para os Estados Unidos (73%).
Com isso, houve uma redução de 17,9% no déficit dos setor no primeiro trimestre, para US$ 4,3 bilhões. Na visão da Abimaq, essa queda não é uma notícia positiva, "já que decorre mais da queda das importações", segundo afirmou Bernardini. Na avaliação do economista, o valor mais baixo das compras de máquinas e equipamentos do exterior "confirma a perda de ritmo dos investimentos produtivos no Brasil".
O setor de máquinas e equipamentos operou em março com uma utilização de 75,5% de sua capacidade instalada, informou ainda a Abimaq, levemente acima da média de 75,1% do ano passado.
Fonte:Valor Econômico/Olivia Alonso | De São Paulo