A decisão da Câmara de Comércio Exterior (Camex) de reduzir a alíquota de importação de bens de capital, informática e telecomunicações de 14% para 4% nos próximos quatro anos precisa vir acompanhada de reformas que garantam a competitividade da indústria, na avaliação de Humberto Barbato, presidente da Associação Brasileira da Indústria Eletroeletrônica (Abinee).
"Baixar tarifas é uma tendência natural, a abertura do mercado tem que acontecer, mas gostaria de outros sinais de redução do custo de produção no Brasil para não ter um cenário parecido com a abertura comercial do Collor, que destruiu boa parte da indústria nacional", diz Barbato.
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A decisão da Camex foi tomada em sua última reunião em dezembro, mas ainda não foi publicada no "Diário Oficial da União". A expectativa é que o novo governo aprove o texto nos próximos dias. De acordo com Barbato, tem havido disposição da equipe para dialogar e encontrar um modelo que preserve a indústria.
Segundo ele, a preocupação neste momento está relacionada à insegurança jurídica trazida pela indefinição sobre como será feita a redução da alíquota. "Os investimentos novos ficam travados", diz.
Segundo a Abinee, em 2018 o Brasil registrou um déficit na balança comercial dos setor elétrico e eletrônico de R$ 26,5 bilhões, um aumento de 12% sobre o ano anterior, puxado pela importação de componentes usados na produção local de equipamentos como celulares e computadores.
Fonte: Valor