O consumo aparente de produtos siderúrgicos registrou alta no primeiro semestre, mesmo com os efeitos negativos da greve dos caminhoneiros. O índice, que reúne tanto as vendas de empresas locais quanto as importações, avançou 9,3% na comparação anual e chegou a 10,1 milhão de toneladas, informou na tarde desta quarta-feira (25) o Instituto Aço Brasil.
No semestre, foram produzidos 17,2 milhões de toneladas de aço bruto, alta de 2,9% ante igual período do ano passado.
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Com relação às companhias nacionais, as vendas internas das siderúrgicas foram de 8,8 milhão de toneladas, alta de 9,9% em comparação anual. As importações avançaram 5,6%, para 1,3 milhões de toneladas. Já as exportações caíram 5,7% de janeiro a junho, para 6,9 milhões de toneladas.
Marco Polo Lopes, presidente do Instituto Aço Brasil, destacou que o crescimento tem que ser visto com cuidado, uma vez que a base de comparação do ano passado é baixa.
Redução de metas
O Instituto Aço Brasil revisou as metas para o setor em 2018, reduzindo a expectativa para diversos indicadores. Com relação às vendas internas, a entidade projeta alta de 5% no ano, para 17,7 milhões de toneladas. A projeção anterior era de avanço de 6,6%.
Para a produção, a meta anterior era de alta de 8,6% e foi cortada pela metade, para crescimento de 4,3%, em 35,8 milhões de toneladas.
A estimativa para o consumo aparente é de 4,9% de crescimento, para 20,1 milhões de toneladas. A expectativa anterior era de 6,9%.
“Os indicadores foram revistos para baixo, por conta de como tem se comportado a economia como um todo”, afirmou Lopes, em entrevista coletiva.
A redução mais significativa foi das exportações. Se antes, a entidade projetava crescimento de 10,7%, agora espera uma queda de 0,6%, para 15,3 milhões de toneladas.
“Na previsão anterior, não tinhamos o impacto do crescimento do protecionismo no mundo, como aconteceu nos Estados Unidos e na União Europeia”, completou Lopes.
Taxa de ocupação
O organismo não vê no horizonte próximo a possibilidade de a indústria siderúrgica brasileira chegar à taxa de ocupação ideal, entre 80% e 85%. “Não vemos perspectiva de crescimento da economia e do consumo aparente de aço que nos faça retomarmos a ocupação para 80% nos próximos quatro ou cinco anos”, afirmou Sérgio Leite, vice-presidente do conselho do Instituto Aço Brasil. Atualmente, a ocupação do setor está em 68,3%.
Uma válvula de escape comum, explica Leite, eram as exportações, mas a adoção de barreiras comerciais nos Estados Unidos e na Europa não possibilitará esse salto.
Fonte: Valor