Os estoques globais de petróleo ainda vão subir no primeiro trimestre de 2020, apesar das tentativas da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e de seus aliados de equilibrar o mercado, informou a Agência Internacional de Energia (AIE) nesta quinta-feira.
Em seu relatório de mercado de petróleo, a AIE disse que está reduzindo a projeção de crescimento do fornecimento de petróleo fora da Opep para 2020 em 200 mil barris por dia, para 2,1 milhões de barris. No entanto, ainda espera que os estoques globais aumentem em 700 mil por dia nos primeiros três meses do próximo ano.
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Na semana passada, a Opep e seus aliados chegaram a um novo acordo para aprofundar os cortes na produção de petróleo em mais 500 mil barris por dia até o fim de março.
Essa medida significa que a coalizão reterá cerca de 1,7 milhão de barris por dia dos mercados globais de petróleo, mas isso não será suficiente para equilibrar o mercado, disse a AIE, acrescentando que estava deixando inalteradas suas previsões de crescimento da demanda por petróleo neste ano.
A AIE disse que reviu sua previsão para levar em conta a menor produção dos participantes do acordo da Opep+ (Opep e aliados) e uma perspectiva de crescimento mais fraca para o Brasil, Gana e Estados Unidos.
Um preço estagnado do petróleo, parcialmente impulsionado pela forte oferta dos EUA - que se tornou um exportador líquido em setembro - foi um dos motores do novo acordo da Opep+.
Na quarta-feira, a Opep divulgou seu próprio relatório mensal de mercado, no qual o cartel também manteve suas previsões de crescimento da demanda para 2019 e 2020. Manteve também sua previsão de crescimento da oferta fora da Opep em 2,17 milhões de barris por dia.
Os dois relatórios - da Opep e o da AIE - adotaram posições relativamente semelhantes acerca do comércio global. O crescimento econômico contido, em parte em razão da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, foi citado como uma barreira ao crescimento da demanda por petróleo em vários relatórios das duas organizações em 2019.
"A deterioração do comércio e da atividade industrial vista nos últimos meses pode ter chegado ao fim no início do quarto trimestre de 2019”, afirmou a AIE.
Fonte: Valor