A volatilidade da economia global elevou a preocupação das empresas do setor de mineração e siderurgia com alocação de capitais ao topo da lista dos 10 maiores riscos estratégicos para negócios em 2010. Segundo relatório anual "Business Risks facing mining & metals report 2010", a ser divulgado hoje pela consultoria Ernest Young, a velocidade de mudança no mercado e o nível de incerteza nos últimos anos aumentaram a necessidade dessas companhias de aprimorarem a gestão.
"Trabalhar com cenários diversos e análises de impacto pode propiciar oportunidades para preservar e gerar valor para o acionista, além de amarrar processos e controles", disse Carlos Assis, sócio da área de riscos da Ernest Young.
A escassez de competências (falta de mão de obra qualificada, gestão de custos, nacionalização de recursos, manutenção de licença para operação, acessos à infraestrutura, seguro à energia e ao capital, volatilidade de preço e câmbio, preocupação com as mudanças climáticas são, pela ordem, os outros grandes focos de riscos dessas empresas, que no pós-crise tentam retomar o crescimento.
Em 2009, marcado pela crise, a gestão de custos encabeçava este ranking, que caiu para terceiro lugar, mas continua importante no radar desses executivos. A questão da carência de recursos humanos e da infraestrutura também continuam a ser alvo das mineradoras e siderúrgicas.
A nacionalização de recursos, movimento dos governos procurando recuperar os valores despendidos na administração da crise, também preocupam. "A nacionalização de recursos está se tornando um risco para as empresas de todo o mundo, à medida que os governos buscam recuperar seus tesouros." Para ele, o exemplo mais marcante é o imposto sobre o lucro na Austrália.
O relatório cita o Brasil como exemplo positivo de nacionalização de recursos pelo encorajamento dado ao beneficiamento interno do minério pela Vale. "O governo brasileiro tem buscado encorajar a Vale a incrementar seus investimentos em aço, criando mais empregos no país em vez de enviar o minério de ferro para processamento no exterior." O Brasil também é citado, mas desta vez negativamente, no risco relativo ao acesso à energia.
Fonte: Valor Econômico/ Vera Saavedra Durão, do Rio
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