Do Rio - As discussões com a Receita Federal sobre o Repetro, regime aduaneiro especial de exportação e importação de bens, não são a única preocupação das empresas brasileiras de navegação. Companhias que atuam no apoio marítimo e portuário e na navegação de cabotagem, entre os portos do país, têm manifestado receio com as recentes mudanças feitas na Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). A agência tem entre suas funções regular e fiscalizar serviços de transporte aquaviário e de infraestrutura portuária.
Em março, a superintendente de navegação marítima e apoio da Antaq, Ana Maria Pinto Canellas, foi exonerada do cargo pela diretoria da agência. Ela ocupava a função desde a criação da Antaq, em 2001. Ana Maria foi convidada a ocupar a superintendência de navegação de interior, em Brasília, mas não aceitou. Para o lugar dela na navegação marítima, foi indicado o advogado André Arruda, filho do deputado Vicente Arruda (PR-CE). Antes dessa indicação, ele era assessor da diretoria da Antaq.
No setor privado, surgiu o temor de uso político da superintendência, o que é negado por Arruda: "Não houve indicação política, mas consenso da diretoria em relação ao meu nome." Ele disse que tem reunião marcada com o sindicato das empresas de navegação para discutir assuntos de interesse do setor. A superintendência tem entre suas responsabilidades a análise sobre os afretamentos dos navios que prestam serviços às plataformas de petróleo e gás.
Esse é um dos segmentos que mais crescem na navegação. Após a mudança na superintendência, circulou um e-mail apócrifo no setor com acusações contra Tiago Lima, um dos dois diretores da Antaq. Nos últimos meses, houve acirrada disputa nos bastidores pela última cadeira livre na diretoria colegiada da agência. (FG)
Fonte: Valor Econômico
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