Mercados como o do Brasil e o da China podem ostentar evidentes fatores de atração, mas até agora os bancos internacionais obtiveram pouco sucesso nesses países.
No Brasil, apenas o espanhol Santander tem uma posição de destaque, graças à aquisição da divisão local do ABN Amro no momento em que se instaurou a crise. Já o HSBC é um participante de segunda linha no país. A exemplo do BBVA, concorrente espanhol do Santander - que, apesar de presença dominante na maior parte da América Latina, está ausente no Brasil -, o banco britânico foi frustrado pela incapacidade de crescer por meio de aquisições num mercado altamente consolidado.
As incursões estrangeiras na China foram dificultadas pelas regulamentações e pela competição acirrada dos concorrentes locais. Em decorrência disso, a participação de mercado dos estrangeiros foi de apenas 1,8% no ano passado.
"In loco", o HSBC, o Standard Chartered e o Citigroup têm as maiores redes de agências. Entre os bancos de investimentos, os estrangeiros lutaram por uma fatia no cenário doméstico por meio de participações minoritárias em "joint-ventures" (como manda a legislação), mas os retornos são limitados. UBS, Goldman Sachs e Deutsche Bank são os principais participantes estrangeiros, segundo a Dealogic.
O tráfego é igualmente lento em direção contrária. Tanto na China quanto no Brasil mesmo os bancos mais sólidos pouco ou nada fizeram, nos bons tempos, para se diversificarem para além de seus mercados de origem.
O Itaú, do Brasil, desenvolveu algumas iniciativas nesse sentido no exterior, mas principalmente nos vizinhos Chile, Argentina, Paraguai e Uruguai.
Os chineses, ricos em caixa, estão retendo o capital para o caso de a inadimplência se elevar. A exemplo do que ocorre com os congêneres brasileiros, não querem diluir o fervilhante crescimento no mercado doméstico com aquisições de baixo crescimento no Ocidente. Muitos ainda se lembram da experiência do China Investment Corp, um fundo soberano que fez investimentos polpudos no Blackstone e no Morgan Stanley pouco antes da crise financeira.
O rol de fusões e aquisições é curto. Quando o Industrial and Commercial Bank of China comprou o braço argentino do sul-africano Standard Bank por US$ 600 milhões fez a segunda maior aquisição no exterior já realizada por um banco chinês.
(Fonte: Valor Econômico/PJ, JL e SR/Por Financial Times)
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