A China reduziu a ambição de seu plano de cinco anos para energia renovável, estabelecendo uma meta para a geração de energia renovável representar mais de 50% do aumento do consumo de eletricidade no período 2021-25, de 75% almejados inicialmente.
Em março de 2021, Li Chuangjun, diretor do Departamento de Novas Energias e Fontes de Energia Renováveis da Administração Nacional de Energia, disse que as energias renováveis representariam 75% do aumento no consumo de eletricidade até 2025.
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A meta mais baixa está em linha com os planos da China de continuar construindo usinas elétricas movidas a carvão para aliviar a escassez de energia, segundo o 14º plano quinquenal para energia renovável divulgado na quarta-feira pelo governo chinês.
Em meio à crise energética global, a China deve manter suas metas baseadas na realidade de que o carvão é a principal fonte de energia do país, escreveu o presidente Xi Jinping em um artigo publicado em maio na Qiushi, uma revista filiada ao Partido Comunista.
O premiê, Li Keqiang, também ordenou em uma reunião do Conselho de Estado no mês passado para que o país liberasse “a capacidade doméstica de produção de carvão de alta qualidade” o mais rápido possível e removesse as restrições à produção, se necessário, para garantir o fornecimento interno de energia e a estabilidade de preços. Em abril, o governo chinês apresentou um plano para aumentar em 300 milhões de toneladas a capacidade de produção de carvão neste ano.
De acordo com o plano quinquenal revisado, até o fim de 2025, a geração de energia eólica e solar dobrará para 1,45 trilhão de quilowatts-hora de 727,6 bilhões de kWh no fim de 2020.
Para aumentar o uso de energia renovável, a China estabeleceu metas para que os governos regionais promovam o consumo de energia limpa. Em 2021, o país alcançou apenas o piso da meta nacional, de 29,4%, que representou um aumento de 0,6% em comparação ao ano anterior. Das 31 províncias chinesas, 28 cumpriram o piso das metas regionais e duas ficaram um pouco abaixo - Gansu e Xinjiang.
O plano quinquenal estabeleceu uma meta nacional para que as energias renováveis representem 33% do uso total de energia até 2025. Também exige a que o cumprimento da meta faça parte do sistema de avaliação dos governos regionais, colocando pressão sobre as autoridades locais.
Com uma queda gradual no custo da geração de energia eólica e solar, o desenvolvimento de energias renováveis passará de um modelo apoiado por subsídios para um induzido pelo mercado, durante o 14º plano quinquenal.
O plano também propõe derrubar barreiras administrativas e de mercado e estabelecer um mecanismo para a energia renovável fazer parte do mercado de negociação. Os produtores de energia renovável serão incentivados a assinar contratos plurianuais de venda de eletricidade com usuários e empresas distribuidoras.
Fonte: Valor