BRASÍLIA - A presidente da Petrobras, Graça Foster, disse que a companhia vai utilizar uma fatia de US$ 5 bilhões – do total de US$ 11 bilhões captados – para saldar dívidas anteriores assumidas pela empresa e que tinham juros maiores.
“Cerca de US$ 5 bilhões são para pré-pagar dívidas mais caras. Os demais US$ 6 bilhões serão usados para novos investimentos”, disse Graça, que participa hoje de audiência pública na Câmara dos Deputados.
A megaoperação de dívida externa fechada na semana passada fez diminuir a diferença no volume captado no mercado internacional de bônus neste ano até agora em relação ao mesmo período de 2012. Com os US$ 11 bilhões levantados de uma única vez pela empresa, o valor total emitido lá fora considerando todo tipo de emissor no ano somou US$ 23,8 bilhões.
O recuo em relação aos US$ 27,4 bilhões captados entre janeiro e maio de 2012 diminui para 13%, segundo levantamento do Valor Data. “Você não empresta dinheiro para quem não gera resultado. É endividamento a favor do crescimento. O mercado confia na nossa capacidade de gerenciar e buscar projetos competitivos”, comentou.
Graça afirmou que a prioridade da companhia é a produção e o refino e que, até 2020, mais da metade da produção da Petrobras virá da camada pré-sal. Ela destacou que, no primeiro trimestre deste ano, a companhia bateu recorde de produção no pré-sal, com 311 mil barris por dia registrados em abril.
A presidente da Petrobras disse que a área de refino da companhia está com 98% de capacidade utilizada e que a tendência da empresa é ampliar essas operações de refino, importando cada vez menos derivados de petróleo. “Vamos ter aumento da demanda de diesel [5%] e gasolina [3,2%] neste ano, mas vamos fazer mais derivados no Brasil e vamos importar menos. Nossas refinarias estão muito melhores do que estavam anteriormente”, disse ela. “O que a Petrobras faz é vender combustíveis. Vamos produzir mais, atender a demanda crescente e importar menos.”
Graça afirmou que a Petrobras a decisão sobre venda de refinaria de Pasadina, adquirida pela empresa nos Estados Unidos, só será tomada após as conclusões das auditorias que estão em andamento pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que investiga as operações de compra da refinaria.
A presidente da Petrobras comemorou o desempenho da companhia na 11ª Rodada de licitações de áreas para exploração de petróleo e gás, realizada na semana passada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP). A rodada arrecadou R$ 2,82 bilhões em bônus de concessão, o maior volume já obtido nesses leilões, que começaram em 1999, depois que foi quebrado o monopólio de exploração da Petrobras.
Foram vendidos 142 dos 289 blocos oferecidos, arrematados por 30 empresas, das quais 18 estrangeiras de 11 países, que se comprometeram a investir R$ 7 bilhões no período de concessão, que varia de cinco a oito anos, mais do que o dobro dos R$ 3 bilhões estimados pelo governo. A maior disputa foi por um bloco localizado na Foz do Amazonas, comprado por um consórcio formado pela Petrobras, pela francesa Total e pela inglesa BP, que pagou R$ 345,9 milhões, com ágio de 3.735% pela área, que fica quase na fronteira com a Guiana Francesa.
Fonte: Valor Econômico/(André Borges
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