A Arábia Saudita indicou nesta segunda-feira que dois petroleiros seus na costa dos Emirados Árabes Unidos foram sabotados em ataques ocorridos no dia anterior que causaram "danos significativos" às embarcações, uma delas em rota para transportar petróleo saudita aos Estados Unidos.
"Felizmente, o ataque não deixou vítimas ou causou derramamento, mas causou danos significativos na estrutura das duas embarcações", sustentou o ministro da Energia saudita, Khalid al-Falih.
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A confirmação foi feita depois de os EUA lançarem um novo alerta aos navegadores e após aliados regionais dos Emirados Árabes condenarem a ocorrência, com ao menos quatro navios como alvo, incluindo dois petroleiros sauditas, na costa da cidade de Fujairah.
As autoridades dos Emirados Árabes não esclareceram a natureza da sabotagem nem os possíveis responsáveis. Vale notar, contudo, que o incidente aconteceu em um momento em que os americanos aumentam sua presença na região e depois que adotaram novas sanções contra o Irã.
Após a comunicação saudita, o ministério do Exterior do Irã pediu mais esclarecimentos sobre o que exatamente ocorreu com os petroleiros. O porta-voz da Pasta, Abbas Mousavi, teria alertado contra qualquer "conspiração orquestrada por mal-intencionados" e "aventuras de estrangeiros" para minar a estabilidade e a segurança da zona marítima.
As tensões cresceram desde que o presidente americano, Donald Trump, retirou seu país do tratado nuclear de 2015 entre o Irã e potências mundiais, restabelecendo as sanções a Teerã. Na semana passada, o Irã alertou que poderiam iniciar o enriquecimento de urânio em altos níveis dentro de 60 dias se as potências mundiais fracassarem nas negociações sobre os novos termos para um acordo.
Al-Falih disse que os ataques teriam como objetivo minar "a segurança da oferta de petróleo a consumidores no mundo" e destacou a "responsabilidade conjunta da comunidade internacional para proteger" a navegação marítima e os navios-tanques.
Chamando atenção ao risco, o secretário-geral do Conselho de Cooperação do Golfo, Abdullatif bin Rashid al-Zayani, descreveu o incidente como uma "séria escalada". "Tais atos irresponsáveis vão elevar a tensão e os conflitos na região e expor a população a grandes perigos", afirmou. Bahrein, Egito e Iêmen condenaram a ação, assim como a Liga Árabe.
Fonte: Valor