"O Brasil está diante de um processo de desindustrialização na cadeia metal-mecânica, o câmbio permanece volátil, os insumos registram custos elevados e ainda verificamos uma guerra fiscal entre os Estados, o que vem reduzindo a competitividade do setor. Há ainda um excedente da capacidade da produção mundial de aço. O mercado interno precisa ser preservado com a correção das assimetrias competitivas."
Por meio dessa nota de sua assessoria, a ArcelorMittal Brasil, uma das principais siderúrgicas da América Latina, dá o tom do que prevê para 2012.
A empresa informa, no entanto, que está revendo o cronograma do projeto de duplicação da capacidade produtiva de aços longos de Monlevade (MG), de 1,2 milhão para 2,4 milhões de toneladas, orçado em US$ 1,2 bilhão, "devido ao cenário de desaceleração da economia global e da fragilidade dos mercados da Europa e dos Estados Unidos, além do crescimento da demanda de aço no Brasil, inferior ao previsto inicialmente".
Das plantas de aços longos da ArcelorMittal saem produtos como fio-máquina para steel cord empregado na produção de pneus e arames para uso industrial e agropecuário.
Já na área de mineração, a ArcelorMittal mantém o investimento de US$ 75 milhões na duplicação da Mina do Andrade, no município de Bela Vista de Minas (MG). Para isso, está construindo uma nova planta de beneficiamento de minério de ferro, que possibilitará ampliação da capacidade produtiva de 1,5 milhão de toneladas/ano para 3,5 milhões de toneladas/ano de sinter feed. A planta deve ser inaugurada em setembro de 2012.
Com capacidade de produção de 15 milhões de toneladas de aço por ano e 29 unidades industriais no Brasil, na Argentina (Acindar) e na Costa Rica, a ArcelorMittal Brasil atua nos mercados brasileiro e internacional de aço. Mas, por razões "estratégicas", não informa participação no mercado.
Globalmente, o grupo ArcelorMittal produziu 70,2 milhões de toneladas de aço bruto nos primeiros nove meses de 2011 e 39 milhões de toneladas de minério de ferro, informações que divulgou no dia 3 de novembro.
Fonte: Valor Econômico / Celia Demarchi
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