O maior grupo siderúrgico em atuação no país está mudando o comando. Benjamin Baptista Filho, presidente da ArcelorMittal Brasil, deixará o cargo em 30 de setembro, após 38 anos de carreira na companhia. O executivo ocupou vários cargos na empresa, começando quando ainda a antiga Companhia Siderúrgica de Tubarão (CST), que entrou em operação em 1983, sob gestão estatal.
Além da presidência da AMB, o executivo ocupava os cargos de vice-presidente do grupo ArcelorMittal e de diretor-executivo da divisão de aços planos na America do Sul - cuja maior unidade de produção é a ex-CST, situada em Serra (ES). É ainda membro do comitê de gestão do grupo, reportando-se diretamente ao CEO global, Aditya Mittal.
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Na CST, que se tornou ArcelorMittal Tubarão a partir de 2006 - com a fusão dos grupos Arcelor e Mittal -, Baptista atuou em várias áreas. Desde operacionais e de projetos até comercial. Entre 1992 e 2009, foi vice-presidente comercial da divisão de aço plano na América do Sul, sendo então nomeado a seguir à função atual de presidente.
O executivo acompanhou todo o processo de expansão da ArcelorMittal Tubarão, que se transformou na maior - e mais eficiente - siderúrgica de placas (semi-acabado de aço) mundial, com capacidade fabricar 7,8 milhões de toneladas por ano.
Situada ao lado de Vitória, com terminal portuário próprio, a empresa se verticalizou, passando a fazer aços laminados (bobinas a quente - 4 milhões de toneladas por ano). E tornou-se, desde 2003, fornecedora exclusiva da Vega do Sul, em Santa Catarina, controlada produtora de laminados a frio e galvanizados - aços mais nobres para os setores automotivo, linha branca e construção civil.
Atualmente, a unidade Vega está tocando um projeto de expansão da capacidade de US$ 350 milhões (R$ 1, 8 bilhão) para adicionar novas linhas de produtos.
Baptista deixa as funções executivas, mas continua, a partir de 1º de outubro, na presidência do conselho de administração da AMB.
A presidência executiva passa a ser acumulada por Jefferson De Paula, atual vice-presidente do grupo e presidente da divisão de aços longos na América Latina e da área de mineração de ferro no Brasil. De Paula fixa ainda com a organização de serviços compartilhados da subsidiária brasileira.
Para a unidade de aços planos na América do Sul, incluindo o Brasil, Lakshmi Mittal, presidente executivo do grupo, e Aditya Mittal nomearam como presidente o também brasileiro Jorge Luiz Ribeiro de Oliveira. Ele será ainda membro do comitê de gestão do grupo, assumindo as duas posições em 1º de outubro.
Oliveira, atualmente é vice-presidente da ArcelorMittal, presidente e diretor executivo da joint venture AM/NS Calvert, uma companhia siderúrgica de laminação de aço formada alguns anos atrás com a Nippon Steel. Calvert, localizada no Estado Alabama, foi montada pleo grupo alemão Thyssenkrupp, sendo uma grande fabricante de aços laminados que atende o mercado dos EUA. É em boa parte abastecida com placas fabricadas na unidade de Tubarão.
O executivo também iniciou a carreira na ArcelorMittal Tubarão, há 34 anos, como estagiário de engenharia. Ocupou diversos cargos na siderúrgica - gerência de altos-fornos, de planejamento e programação de produção, de sinterização, passando a gerente-geral de siderurgia e do departamento de energia e dois anos depois também da divisão de laminação de aço (tiras a quente).
Depois de ficar três anos fora da companhia, voltou em julho de 2014 como diretor de operações na América do Sul. Foi nomeado presidente e CEO da AM/NS Calvert em setembro de 2019. Segundo informação da ArcelorMittal, Oliveira é graduado em engenharia metalúrgica pela Universidade Federal Fluminense e participou de programas executivos na Kellogg School of Management (EUA) e na francesa PGA.
No ano passado, a ArcelorMittal Brasil reportou receita líquida de R$ 33 bilhões, quase 2% maior que a de 2019. A subsidiária - que tem operações em vários segmento de produtos siderúrgicos, obteve lucro líquido 1,23 bilhão - 16% maior que no ano anterior.
Fonte: Valor