A ArcelorMittal pode escolher Minas, ao invés do Espírito Santo, para sua nova siderúrgica. Esta é uma possibilidade que está sendo estudada pelo grupo, cujo presidente, Lakshmi Mittal anunciou, na semana passada, em São Paulo, a intenção de investir R$ 5 bilhões nos próximos quatro anos no país. Apesar de não ter ainda detalhado os planos, Mittal disse que, certamente, ampliar a produção de aço e agregar valor às placas de aço já produzidas fazem parte dos projetos do grupo.
A intenção de se associar à Vale para implantar uma nova siderúrgica no Espírito Santo, dessa vez em Ubu, Anchieta, já havia sido aventada pela própria direção do grupo ArcelorMittal, há alguns meses. A Companhia Siderúrgica Ubu (CSU) está com projeto sendo analisado pelos órgãos ambientais e, se for aprovada, poderá produzir 5 milhões de toneladas por ano.
Mittal afirmou, durante sua participação no Congresso Brasileiro do Aço, na semana passada, em São Paulo, que em função do aumento do custo do carvão mineral e do próprio minério de ferro, as plantas siderúrgicas precisam estar cada vez mais próximas dos seus fornecedores, pelo menos das empresas que garantem as pelotas de minério.
A ArcelorMittal Brasil possui duas minas de ferro em Minas Gerais – uma em Serra Azul, adquirida em agosto de 2008, e outra em João Monlevade. Em Minas, o grupo produz aços longos nas usinas de João Monlevade e Juiz de Fora e fabrica aço inoxidável numa siderúrgica (ex-Acesita) na cidade de Timóteo.
Incentivos
O governo de Minas Gerais já mandou o recado de que o Estado está aberto para receber o empreendimento, oferecendo os mesmos atrativos fiscais concedidos aos outros investidores.
Mittal, por sua vez, disse, com muita ênfase, que o grupo quer ampliar a produção própria de minério de ferro para assegurar o suprimento das suas siderúrgicas, em função do encarecimento do encarecimento da matéria-prima.
O objetivo é passar de 54% para 75% até 2015, o índice de fornecimento de minério de ferro para suas próprias siderúrgicas, vindo a produzir 100 milhões de toneladas por ano. No Brasil, sem revelar o valor do investimento, a meta é elevar de 5 milhões para 15 milhões de toneladas a produção nas minas de Serra Azul e Andrade, até 2014. Essa última mina já supre a usina de João Monlevade.
A vantagem de instalar a siderúrgica no Espírito Santo é que o grupo ArcelorMittal poderia transportar as placas de Ubu até a usina de Tubarão para produzir, em Vitória, laminados como chapas a frio e galvanizadas, usadas em aplicações em automóveis e bens de linha branca. Com isso, poderia criar uma nova frente de produção com vistas ao mercado interno. No ano passado, a ArcelorMittal atingiu 26% das vendas de laminados planos no Brasil.
A CSU
Projeto. O projeto da Companhia Siderúrgica Ubu, apresentado pela Vale ao governo do Estado no ano passado, está no Instituto Estadual do Meio Ambiente (Iema) para avaliação ambiental. A empresa ainda busca parceiro para dividir o projeto em Anchieta.
Produção. O projeto da CSU prevê a construção de uma unidade com capacidade para produzir 5 milhões de toneladas de placas de aço por ano, que deverá estar pronta para entrar em operação até o final de 2014. Isto só ocorrerá se o órgão ambiental do Estado conceder o licenciamento ambiental solicitado.
Fonte: A Gazeta (Vitória)/ES/Denise Zandonadi
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