A ArcelorMittal Mineração do Brasil não planeja no curto prazo aquisição de novos ativos de minério de ferro no Brasil, mas isso não significa desinteresse pelo país. A estratégia está na expansão de minas próprias, aproveitando uma conjuntura de crise do mercado de aço na Europa. Pioneira da verticalização da cadeia do aço, a maior siderúrgica do mundo tem projetos de expandir em 65% a produção da matéria-prima em suas duas unidades em Minas Gerais: Andrade, próxima de Monlevade, e Serra Azul, próxima de Belo Horizonte, disse ao Valor Sebastião Costa Filho, presidente da companhia de mineração. O volume vai passar de 4,3 milhões este ano para 7,1 milhões de toneladas em 2013.
Outro foco da subsidiária, afirmou o executivo, é trabalhar para garantir uma logística de escoamento do minério pelo litoral do Rio de Janeiro. A ideia é ter porto próprio ou usar porto público. Hoje, a empresa embarca o minério que exporta pelo porto da Vale, em Itaguaí, tendo que participar de leilões para garantir embarques. Este ano, por exemplo, planeja exportar 800 mil toneladas, garantidas em cinco leilões. Por isso, vende a maior parcela da produção da commodity ao mercado interno.
No momento, a ArcelorMittal se prepara para participar [com outras mineradoras mineiras de Serra Azul] do leilão do Porto do Meio, um futuro porto público situado em Itaguaí (RJ), em terreno que fica entre os portos da Vale e da CSN. Esse porto será licitado em fevereiro pela Cia. Docas do Rio, informou Costa. "Estamos apostando em nova logística".
No cargo deste agosto de 2010, quando substituiu José Francisco Viveiros, o engenheiro mecânico de 53 anos, formado pela PUC-MG, toca o projeto de duplicação da mina do Andrade, um investimento de US$ 75 milhões, com início de operação para setembro. A nova mina vai garantir produção de 3,5 milhões de toneladas de minério de ferro anuais em 2013.
Atualmente, essa mina, que ficou arrendada à Vale até novembro de 2009, produz 1,5 milhão de toneladas/ano. Sua previsão é que já fará 2,3 milhões neste ano. A frente de lavra antiga será desativada. A produção total deste ano das duas minas - 4,3 milhões de toneladas - será inferior às 5,2 milhões de 2011 em razão das maior das obras em execução nas minas do que das chuvas.
Na mina de Serra Azul, cuja capacidade de produção é de 3,6 milhões de toneladas anuais, a produção vai encolher para 2 milhões de toneladas por causa do fim do estoque de finos e início do projeto da fase 2 que entra em operação só em dezembro. "Esse projeto não vai representar acréscimo de produção, mas um melhor aproveitamento do minério bruto, já que as pilhas de finos armazenadas ao longo dos anos de existência da mina chegaram ao fim", explicou o executivo..
Com o término das obras em 2013, a ArcelorMittal vai dar um salto de 65% no volume produzido, alcançando o volume de 7,1 milhões de toneladas a partir do ano seguinte. O executivo disse que esta performance está de acordo com a estratégia global da ArcelorMittal, que possui minas em quase 10 países no mundo. "A companhia acredita no negócio da mineração e tem necessidade de ter cada vez mais matéria-prima para cumprir a meta de chegar a 75% de produção de minério próprio em 2015 para suprir suas siderúrgicas no mundo".
Fonte: Valor Econômico/Por Vera Saavedra Durão | Do Rio
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